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Depressão puerperal

Como entender que um momento de tanta felicidade após o nascimento de um bebê, geralmente comemorado por toda a família e considerado normal e tão comum ao ciclo vital de qualquer ser humano se transforme em um momento depressivo? Estranhamente a mãe se sente triste, angustiada, insegura, sensível demais e, muitas vezes, chorando desesperadamente. O que estaria acontecendo?

Desde o nascimento de uma menina sabe-se que esta passara por três estágios críticos de vida: adolescência, a gravidez e o climatério. Provavelmente, nem todas as mulheres vivenciarão uma gravidez, mas a gestação e o puerpério são períodos da vida da mulher que  precisam ser vistos com especial atenção, pois envolvem inúmeras alterações físicas, hormonais, psíquicas e sociais, que podem refletir na saúde dessas mulheres. Essas alterações podem resultar em estados temporários de desequilíbrio e em significativas alterações na identidade da mulher devido as grandes expectativas quanto ao papel social esperado (Azevedo, Arrais, 2006). 

Desde a infância as meninas treinam o papel de mãe. Qual a menina que nunca foi presenteada com uma boneca? E hoje em dia as bonecas estão sendo comercializadas das mais diferentes formas, assim como os demais brinquedos que imitam o cotidiano de uma dona de casa: pratinhos de comida, fogõezinhos, miniaturas de casas, entre outros. Será que a partir disso estamos ditando normas para essas meninas? Quais seriam a influência de todos esses brinquedos na vida dessas crianças? Quais os modelos que estamos apresentando? Qual seria a menina/mamãe que não vai cuidar da sua boneca? Quais as normas a serem seguidas?

Há no papel de mãe ideal a crença de que esta deve ser capaz de qualquer sacrifício, entre eles, ser amável, tranquila, compreensiva, terna, equilibrada, acolhedora, feminina em tempo integral. Há um padrão arquetípico envolvido na temática, mas elegemos a imagem da mãe ideal, um modelo de mãe perfeita, uma imagem romanceada da maternidade construída ao longo dos últimos séculos que está alicerçada sob um rígido padrão incapaz de admitir qualquer vestígio de sentimentos ambivalentes.

Mas, na realidade observamos que após o nascimento do bebê, essa mãe experimenta sentimentos contraditórios e irreconciliáveis com a imagem idealizada de maternidade ditada pelos padrões coletivos. A partir dai, instaura-se um conflito entre o papel ideal e o vivido; aparece o sofrimento, a dor psíquica que pode configurar uma base para a depressão pós-parto.   

Muitas considerações devem ser apresentadas para entendermos o sofrimento das novas mamães em nossa sociedade. As crenças sobre a maternidade são passadas de mãe para filha como se fossem tradicionais e naturais e, por assim serem, geralmente são consideradas incontestáveis e difíceis de vivenciar de outra forma. Mas será que essa mãe que conhecemos tem sua propensão natural ao sacrifício? Seu amor universal é automático pelos filhos? E sua completa satisfação está nas tarefas da maternidade? Sempre foi assim?

No século XVII, por volta de 1762, quem cuidava dos filhos eram as ama-de-leite e a maternagem não era exercida pela mãe; nessa época Rousseau criticava essas mães que não exerciam sua maternagem e enviavam seus filhos para as ama-de-leite. Criticou esse comportamento e recomendou que os filhos deveriam ser amamentados e criados pelas próprias mães, recriminando quem fizesse o contrário, pois essas estariam preferindo cuidar de seus interesses pessoais e não de seus filhos. A partir desse momento,  iniciou-se a “ordem “do amor materno, isto é, a condenação a ser mãe e a ser boa mãe. Não havendo alternativa para a mulher: a vocação é natural, instintiva e obrigatória. (Azevedo, Arrais, 2006). 

Culturalmente, as representações sociais da maternidade só admitem o mito de mãe perfeita. Se pensarmos sobre isso, veremos que esta concepção assume proporções insustentáveis, segundo as quais acredita-se que a maternidade é inata a mulher e parte do ciclo evolutivo desta. Como quem gera é a mulher, acredita-se que ocorra, automaticamente, o desenvolvimento de grande amor por este ser gerido e ela seria a melhor pessoa para cuidar desse pequeno.

Diante de todas essas considerações, observamos que há dados de literatura sobre o tema que tendem a confirmar que a mãe deve ter um amor incondicional e inato, que a mãe ideal seria aquela que estaria disposta a largar tudo para vivenciar essa responsabilidade sobre o bem-estar psicológico e emocional da família. Com essas crenças, confrontamos o conflito que surge na experiencia dessas mães que sentem-se insatisfeitas, infelizes, tristes, impotentes. Cobranças e comparações são inevitáveis e as novas mamães não conseguem compreender porque não estão vivendo esse papel com alegria, como a sua amiga que está feliz ao amamentar; não entendem como conseguem enfrentar as noites mal dormidas, ser mãe 24h por dia,  e não ter de volta a própria vida. Elas sentem-se feias, desajustadas e incapazes de cuidar desse ser que agora depende totalmente de sua dedicação. A maioria sente que não tem disponibilidade interna para cuidar do bebe, amamentar, acalentar, aconchegar, tranquilizar. Sentem-se uma má mãe, uma  mãe desnaturada, e sofrem por isso.

Os sentimentos observados vão desde uma pequena sensação de tristeza até um completo desespero, culminando com quadros depressivos e atitudes até então desconhecidas pela própria mãe. Ela entende que suas atitudes são inadequadas e estão fora do padrão conhecido para aquela situação, como, por exemplo,  o desespero ao ver o bebe chorando e  a vontade de fugir dali ao invés de ouvi-lo e tentar acalma-lo, ou a vontade de “jogar o bebe pela janela” quando esse não reage conforme o esperado depois de ser atendido em suas necessidades básicas. Um simples comportamento do bebe, contrário a expectativa da mãe, gera ansiedade, podendo causar um transtorno inaceitável e assustador para ela mesma: ela se sente insegura, sem paciência com o pequeno, desesperada e sem atitude, não sabe o que fazer, impotente. Nesses momentos essa tomada de consciência pode ser assustadora e provocar um choque para a auto-imagem.

No confronto com a realidade de ser mãe, a nova mãe que acaba de deixar de ser filha, entra em contato com a memória de sua própria maternagem. Somos tomados pelo complexo. Os complexos seriam representados por aquelas atitudes que não aceitamos e que nos tomam sem possibilidade de agir de forma contraria. Corresponde a energia psíquica, com vontade própria que supera nossa intenção consciente. Quando esse complexo esta ativado perdemos nossa liberdade de ação e somos tomados por pensamentos obsessivos, ou atitudes inapropriadas.  

Segundo Jung:

 A existência dos complexos põe seriamente em dúvida o postulado ingênuo da unidade da consciência que é identificada com a “psique”, e o da supremacia da vontade. Toda constelação de complexos implica um estado perturbado de consciência. Rompe-se a unidade da consciência e se dificultam mais ou menos as intenções da vontade, quando não se tornam de todo impossíveis. A própria memória, como vimos, é muitas vezes profundamente afetada.

Daí se deduz que o complexo é um fator psíquico que, em termos de energia, possui um valor que supera, às vezes, o de nossas intenções conscientes; do contrário, tais rupturas da ordem consciente não seriam de todo possíveis. De fato, um complexo ativo nos coloca por algum tempo num estado de não-liberdade, de pensamentos obsessivos e ações compulsivas para os quais, sob certas circunstâncias, o conceito jurídico de imputabilidade limitada seria o único válido. 

(2013, § 200)

O complexo materno seria o representante da experiência de maternagem no inconsciente pessoal, e tem em seu núcleo a potencialidade arquetípica do feminino É um complexo fundamental para a estrutura psíquica, pois estrutura a capacidade do indivíduo de estabelecer ligações afetivas com os outros. E, segundo Jung, a mãe está ativamente presente na origem da perturbação, particularmente em neuroses infantis ou naquelas cuja etiologia recua até a primeira infância. Portanto, não podemos deixar de observar a importância da relação mãe- filha na experiência de toda mulher que se torna mãe.

Os dados de literatura sobre a depressão puerperal apontam que 20 a 40% das mães apresentam uma disfunção cognitiva no período pós-parto. Nesta perspectiva, essa experiência materna desse período deve ser levada a sério, estudada e ser compreendida para que se faça uma reflexão crítica do conhecimento oriundo do senso comum acerca da vivência da maternidade.

O estudo dessa depressão puerperal deve abordar desde a compreensão e a definição da intensidade dos sintomas humorais associados a essa fase e que podem variar desde a melancolia da maternidade (baby blues) até as psicoses puerperais, passando pela depressão pós-parto propriamente dita.

A melancolia é caracterizada pela tristeza com labilidade transitória de humor, sentimentos de melancolia, choro frequentes, disforia, ansiedade, irritabilidade e dependência.

Atinge cerca de 50% das novas mamães e aparecem entre o terceiro e quarto dia após o parto e tem geralmente remissão espontânea. Estes sentimentos podem durar vários dias e tem sido atribuído à rápida mudança nos níveis hormonais, ao estresse do parto e a consciência da responsabilidade aumentada, que a maternidade traz consigo. Em casos raros cerca de 1 a 2 em cada 1000 nascimentos, aparece a psicose pós-parto; nesse caso, a mãe apresenta ansiedade severa, alucinações e delírios que necessitam tratamento intensivo e por vezes, até hospitalização, ocorrendo entre as duas primeiras semanas após o parto. (Coutinho, Saraiva, 2008).

 O puerpério compreende o período até 6 meses após o parto. E a depressão puerperal estaria relacionada aqueles casos onde observa-se a persistência dos sentimentos de tristeza, insegurança, incapacidade de sentir prazer, cansaço, desesperança, etc. Esses sentimentos estão associados a fatores biológicos, obstétricos, sociais, psicológicos, que se inter-relacionam. Observa-se que a experiência da maternagem configura mudanças profundas na identidade da mulher e na posse de novos papeis, acarretando muitas vezes em conflitos que podem ser um fator de risco para a depressão. Essas mães tendem a perceber a própria experiencia de forma mais negativa do que aquelas sem depressão.

Após o nascimento das crianças, a mãe terá que enfrentar vários desafios: a dificuldade na amamentação, muitas vezes dolorosa, a dificuldade em lidar com o choro da criança, a falta de suporte do parceiro, problemas de saúde do bebê, dificuldades econômicas, e hoje, especificamente algo próprio da modernidade, a falta de rede de apoio.

Poucas mães mencionam a crise psíquica que acompanha o nascimento de um filho, o despertar de sentimentos enterrados há muito tempo a respeito da própria mãe, a mistura de poder e impotência. E, muitas mulheres vão para o parto imersas em fantasias entendendo que após o nascimento do bebê estarão conectadas com esse novo ser e, como se esse fosse um robô, poderão ligá-lo e desligá-lo quando quiserem. Tiraram fotos da barriga grávida, arrumaram o quarto do bebê, providenciaram um lindo enxoval (por muitos, feito nos Estados Unidos), chá de bebê, chá para revelar o sexo e muito mais. E assim vão para a maternidade. Tudo arrumado para o bebê que está para chegar.

Após a experiência do parto, a realidade… O bebê, agora fora da barriga da mãe, começa a funcionar independentemente: respira, mama, chora, resmunga, faz caretas, mas está emocionalmente conectado a essa mãe. Concretamente houve uma separação física entre mãe e bebê, mas a fusão mãe-bebe não se desfez, porque tem outro sentido, agora é o emocional que se apresenta, pertence a outra ordem. Esse ser é totalmente dependente e não consegue sobreviver sem seus cuidados, e estão fundidos no mundo emocional. Ele vive como se fosse dele tudo o que a mãe sente e recorda, aquilo que a preocupa ou que rejeita (Gutman, 2014).

Ele reconhece todos os sentimentos maternos, e ela não consegue reconhecer seus mais profundos sentimentos, tudo aquilo que não reside na consciência, está relegado à sombra e ela não quer ter contato. Ou não consegue?

A mãe se sente impotente. O recém-nascido está diante da mãe, totalmente indefeso, necessitando de seus cuidados. E ela diante desse bebê não sabe o que fazer, apesar de ter ouvido palestras e feito cursos sobre o assunto. O bebe chora muito, ela não consegue consola-lo, mesmo após ter sido atendido em todas as suas necessidades básicas, o que estaria acontecendo? Se esse bebe chora tanto, porque sua mãe chora tanto? Ela não consegue se conectar com esse bebe, não existe sintonia. Sente-se perdida, sem ação. O padrão imaginado não está correspondendo a realidade, falta uma conexão, isto é,  as respostas existem dentro da mãe, mesmo que não sejam evidentes. Nossa ajuda deverá ser no sentido de buscar as respostas dentro dessa alma feminina, se ela realmente estiver disposta a encontrar a si mesma. (Gutman, 2014).

A gravidez tem a duração de nove meses e a natureza possibilita que, durante esse tempo, essa mãe se prepare para cuidar dessa nova criança que esta por vir. A preparação para o parto implica o verdadeiro encontro com um eu interior e o conhecimento das capacidades intrínsecas de cada nova mãe. Se essa mãe não se conectou durante esse tempo, o que acontecerá? Observa-se um comportamento infantilizado nas gestantes, que acreditam que todo o processo deve ser perfeito e sem problemas. Diante disso, esse bebê real não corresponde ao imaginado e sonhado. Esse bebê chora sem parar, suja as fraldas, é muito magro, ou é muito gordo, é muito comprido, ou é excessivamente inquieto, não permite que a mãe fique tranquila diante de visitas, queria o parto ‘normal, mas foi cesárea, ou seja tudo o que ela esperava não deu certo.

E ainda aquele parto normal tão natural não aconteceu porque ela teve dores por horas e a analgesia só pode ter sido feita no momento certo. Mas e o parto sem dor?  Tudo era desconhecido. A fantasia de um parto normal, tornou-se uma ilusão, pois     acreditava-se que ‘normal implicava em um parto sem dor e rápido, sem complicações ou sem demora. Ela não tem consciência sobre o que é um trabalho de parto, está na ilusão de que teria algumas dores e pronto ali estava o bebê. Ou mesmo sente-se amedrontada pelo parto, sem saber qual seria a melhor decisão no seu caso. Essa é a fantasia atual sobre o parto, que revela o quão distante a mulher está de sua própria condição de parir.

As dificuldades da mãe em relação ao bebê, revelam aspectos da sombra da própria mãe. Conectar-se a este novo ser é fundamental para vivenciar esse novo papel. Mas como? Os complexos começam a aparecer, os sentimentos sobre ser filha e ser mãe faz com que ocorram conflitos importantes: o modo como sua mãe exercia a maternagem implica que ela deverá fazer da mesma forma?? Sua experiência, positiva ou negativa, com sua própria mãe será significativamente importante para a vivência da maternagem. Seu papel de mãe está somente começando e ela se sente insegura (será que vai dar conta como a sua mãe ou fará melhor?). 

As suas certezas agora são dúvidas, suas teorias sobre a criação dos bebes e o que é ser boa mãe tornaram-se incógnitas no seu imaginário, tudo é obscuro, não existe uma receita pronta e até mesmo aquele padrão que deveria ser seguido não está dando certo. A mãe encontra-se tão preocupada que não consegue ter a atitude de ampliar seus sentidos e se conectar com esse bebe que está chorando, procurando assim pelo motivo de tal reclamação. Motivo esse que o simples acalento não foi suficiente para tranquiliza-lo. Seu sentimento de ter sido filha e ter tido uma mãe positiva, ( carinhosa, afetiva, calma, que supriu suas necessidades básicas nos momentos esperados), não estão sendo satisfatórios. O padrão conhecido não esta dando certo. Essa unilateralidade de atitudes cega seus olhos e ela não consegue perceber que pode haver outra forma de agir diante das necessidades desse bebe. Ampliar sua consciência para o que esta acontecendo é fundamental nesse momento.

Por outro lado, se sua experiencia como filha foi negativa, por ter tido uma mãe mais desprendida, mais independente, menos carinhosa, faz com que seja mais preocupada e muito exigente consigo mesmo, achando que o correto é estar ali grudada no bebe 24hs, sem tempo para nada, sem comer ou dormir ou ate cuidar de si mesma. E mesmo assim o bebe também não corresponde positivamente, chora por qualquer coisa, é inquieto, não dorme, enfim, um bebe com comportamentos os mais diversos sem padrões definidos, uma criança que chegou ao mundo para viver sem comportamentos determinados.

Existe dificuldade na conexão com esse bebê. Ser mãe, eis a questão. Como fazer?

Criar um bebê real é também reviver o bebê que fomos, a filha que vivenciamos e confrontar-nos com a nossa mãe interna. Quando essas mães não atendem às necessidades próprias, simplesmente a sombra aparece, na forma de doenças, sensações incomodas, choro, entre outras.

Esse novo ser que chega ao mundo, requer uma sintonia profunda da mãe com seu interior e com o próprio bebê, esquecer os padrões aprendidos e os palpites externos, a mãe é convidada sair da unilateralidade e deixar-se levar pela sua intuição materna. Esses sintomas de humor deprimido, fraqueza, tristeza, energia reduzida dependem das autoridades que julgam. Há uma avaliadora interna que compara padrões e considera que havia mais prazer antes do que agora e que isto é ruim. Há outra que julga seus pensamentos diante dessa comparação. Há outra que olha seu bebe e fica feliz com sua presença. Não existe somente a comparações, há também a valoração negativa para o sofrimento, a fadiga, auto estima, autoconfiança reduzida, enquanto as tarefas de mãe apenas aumentaram levando a uma maior fatigabilidade.

De acordo com Gutman (2014), quando as mulheres assumem sua existência natural, isto é, sem controles, adquirem conhecimento, visão, inspiração, intuição e a própria vida vibra dentro e fora delas. O conhecimento e essa vivencia do feminino; de se sentir  mulher sem padrões definidos, é o que possibilita perceber os sons dos ritmos internos e externos, e viver ao som destes para não perder o equilíbrio espiritual. Quando as mulheres se afastam de sua natureza, por estarem envolvidas com os padrões culturais ou intelectuais, perdem seus instintos e os ciclos vitais naturais ficam submetidos à cultura, ao ego, seja o próprio ou o dos demais.

Segundo Gutman (2014) , o parto e a amamentação são situações apropriadas para as mulheres se conectarem com os aspectos mais naturais e selvagens de seu ser essencial. A amamentação ainda facilita o aflorar desses sentimentos. Amamentar é se deixar levar pelo encantamento da vida, é estar livre para mimar, cantar, contar estórias, ouvir o bebe e sentir seu coração pulsando junto e em sintonia. Sem métodos, horários ou conselhos. É puramente sensação, uma experiencia mística, se permitirmos que isso aconteça. Isto somente é possível quando se compreende que existe um profundo vinculo com a mãe terra e que faz parte da psicologia feminina. A união com a natureza é própria do feminino e, quando esse aspecto não se manifesta na amamentação, as dificuldades são maiores e dificultam a vivencia da maternagem.

Ivone Ferreira

Ivone Ferreira – médica, ginecologista, Analista em formação pelo IJEP

Atendimento: Rua Barão do Triunfo n. 427- conj. 1002

Brooklin – SP –  Fone (11) 5031 6203 – secretária Cristina 

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Referências:

AZEVEDO, K.R.; ARRAIS, A.R. O mito da mãe exclusiva e seu impacto na depressão pós-parto. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v. 19, n.2, p.269-276,2006

COUTINHO, M.P.L.; SARAIVA, E.R.A. Depressão pós-parto: considerações teóricas. Estudo e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, ano 8, n.3, p. 759-773, 2008.

GUTMAN, l. A maternidade: e o encontro com a própria sombra, Rio de Janeiro, tradução: Luís Carlos Cabral. -7ª.ed.,2014.

JUNG, C.G. A natureza da psique. Tradução de Mateus Ramalho Rocha. – 10. ed. – Petrópolis: Vozes, 2013. 

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