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Harmonia e Desarmonia na Tensão: Antinomia, Enantiodromia e o Arco de Heráclito

enantiodromia e heráclito

Heráclito (540 a.C.- 470 a.C.), grande filósofo do período chamado pré-socrático, é uma das fontes de onde bebeu Jung em suas elaborações sobre a psique e sua dinâmica. Aquele filósofo é reconhecido por formular o problema da unidade permanente do ser diante da pluralidade e mutabilidade das coisas particulares e transitórias. Ele também propõe que a harmonia universal é constituída por tensões tal qual a do arco e da lira (CIVITA, 1973, p.79). Para Heráclito tudo flui, o mundo está em movimento perpétuo. Tudo é movimento e nada pode permanecer parado. Os opostos se alternam e estes são parte de uma mesma realidade, a qual acontece na mudança. Ou seja, só a mudança e o movimento são reais. Considera também que nos extremos os opostos coincidem, como em um círculo e que os opostos são aspectos da mesma coisa (SANTOS, 1990, p.5). O fluir contínuo de tudo resulta da tensão contínua dos opostos, opostos esses que não podem existir, se configurar, um sem o outro. Essa sua Doutrina da Unidade dos Contrários é considerada uma das mais originais contribuições de seu pensamento filosófico. Heráclito divisa na tensão constitutiva do Logos indiviso, uma forma de harmonia entre contrários, uma síntese contraditória e permanente na realidade, de modo que, por exemplo, podemos “ser e não ser” ao mesmo tempo. O aforisma “tudo flui como um rio” que sintetiza suas ideias, levou-o a ser identificado como o filósofo do devir. E deste modo também, “a verdade do ser é o devir” e “o ser apenas assegura a própria identidade através do devir” (ibidem, p.6). Ainda, para Heráclito, “do conflito de contrários existente no centro de todas as coisas e que preside a vida do universo resulta a mais bela harmonia” (ibidem, p.2). A respeito do pensamento de Heráclito, ressalta Santos (1990, p.7-8):

A verdade que o comum dos homens parece não compreender, habituados como estão a ver os componentes do real separadamente, é como uma única coisa pode conter em si determinações opostas sem deixar de constituir uma unidade perfeita. A maioria deles, incrédulos acerca de tudo que ultrapassa a experiência sensível, tende a desprezar o UM e se atém à multiplicidade, que é aparente. Mas não Heráclito. (SANTOS, 1990, p.7-8).

Heráclito postula a “existência de algo primordial e unitário que persiste e explica a contínua transitoriedade manifestada pelas coisas da experiência” (ibidem, p.1). Propõe que para se perceber tal realidade é preciso se desvencilhar dos sentidos – isso pode ser entendido como a capacidade de metaforizar, de se desvencilhar da excessiva literalidade e unilateralidade? Sua imagem é de que o cosmos é um só e nasce do fogo e, de novo é consumido pelo fogo, em ciclos que se repetem pela eternidade. O fogo sendo o elemento primordial de todas as coisas, o arché (princípio) necessário a tudo e a todas as transformações (PORTO Ed, s/d). O fogo… Poderá o fogo ser entendido como energia psíquica? O arché se caracteriza como a ideia mais antiga na filosofia. Esta ideia é reconhecida como o ponto de passagem do pensamento mítico para o pensamento racional. O arché é o princípio e a realidade fundamental de que provém todas as coisas (idem). 

Uma das belas imagens resgatadas por Jung em suas reflexões sobre a tensão entre opostos é a do Arco de Heráclito. Santos (1990, p. 4) comenta que tanto Ártemis quanto Apolo, seu irmão gêmeo, amam a solidão e o maior prazer de ambos é o manejo do arco e da lira. E acrescenta: “O arco curvado sobre a lira, a tensão da madeira em um sentido e a corda em outro, contém um profundo significado no saber que o Oráculo faz ecoar: unidade entre divergentes” (idem). “A obra da vida é a morte e entre esses contrários persiste a irrecusável ligação, o inexorável vai-vem estabelecido pela convergência inerente à essência do arco” (idem). De Heráclito também é o aforisma “Todas as coisas vêm a ser segundo a discórdia e a necessidade” (fr. 80, idem). E também: “…dos divergentes nasce a mais bela harmonia, e tudo segundo a discórdia” (fr.8, ibidem, p.5). 

Heráclito assume estarem os opostos reciprocamente excludentes na mesma via, mas em sentidos contrários e cunhou para designar tal aspecto da realidade o termo Enantiodromia. Este estende-se à noção de que uma força em um sentido gera outra em sentido oposto – como a tensão da corda do arco contra a qual se apoia uma flecha é necessária para lançar a flecha no sentido oposto. Jung adota este termo em relação à dinâmica psíquica, referindo-se aos conflitos entre conteúdos conscientes e inconscientes em que há cisão e inversão de polaridades. O movimento de oposição é entendido por Jung como fundamental no sistema de compensação energética da psique. Nesse contexto, Jung chega mesmo a propor que o mal possa ser necessário para produzir o bem e que, por outro lado, o bem, por Enantiodromia possa vir a produzir o mal.

Para Jung a tensão entre divergentes reciprocamente excludentes é geradora da energia psíquica. O termo Enantiodromia de Heráclito, etimologicamente significa: correr em direção contrária. Jung considera ter Heráclito descoberto “a mais fantástica” das leis da psicologia, que considera ser a função reguladora dos contrários. Jung relembra ter Heráclito advertido que um dia tudo reverte em seu contrário (JUNG, 1987, §111, p.63-4). Acrescenta também, que em termos psíquicos, a Enantiodromia por si não resolve a questão dos pares de opostos, dado que em sua desorganização esta é tão unilateral quanto o oposto a que se contrapõe (ibidem, p.65). Por meio da Enantiodromia o polo antes inconsciente toma a consciência e pode destruir tudo o que anteriormente fora realizado pela consciência. Superada a crise pode haver uma ampliação da personalidade consciente, esta passando a atender mais amplamente às demandas do Self, mantendo com este um contato mais profundo. O processo se inicia quando um dos elementos do par de opostos é dissociado da consciência, havendo repressão da energia psíquica. Caracteriza-se então, uma cisão na qual um dos polos ou pontos de vista é aceito pela consciência. O outro é suprimido da consciência e permanece no inconsciente. Essa condição pode gerar sintomas físicos e psíquicos, quando o polo suprimido da consciência, pressiona ao ganhar energia psíquica. Isso ocorre porque em cisão, sem que os polos consciente e inconsciente mantenham contato, os opostos não mais regulam um ao outro. Um lado não mais controla o outro (cessa a antinomia). O polo inconsciente ganhará energia e a consciência estará continuamente com menos energia, estará mais defendida, mais sobressaltada. Nessa situação, se houver regressão de energia psíquica e a consciência não buscar o contato com o conteúdo que está no inconsciente, o conteúdo inconsciente poderá tomar a consciência e passar a destruir, a atacar e a desvalorizar tudo o que a atitude consciente anteriormente construiu e defendeu. Comenta Jung (1987, §111, p. 64) que quando um complexo concentra em si a maior parcela da energia psíquica, torna-se tão intensa a força de atração exercida por este foco que subjuga o eu, colocando-o a seu serviço. O eu identifica-se com esse foco de energia, passando a crer que fora e além dele não há outro desejo ou necessidade, podendo haver unilateralidade com grave comprometimento do equilíbrio psíquico. Quando há regressão da energia psíquica e a consciência entra em contato com o conteúdo ativado no inconsciente, ao qual a atitude consciente se opõe, a consciência se fortalece, se amplia, integra novas possibilidades.

Em Jung pode-se identificar o conceito de consciência à tendência psíquica à distinção dos opostos e o inconsciente como tendência psíquica à unificação desses (PIERI, p.357). A tensão de opostos, quando existe, busca o equilíbrio. Diz Jung que do ponto de vista energético, a oposição significa um potencial necessário a um fluxo, a um acontecimento, decorrente da busca de equilíbrio associada à tensão de opostos (JUNG, 2014, §426, p. 236). Também enfatiza que não será produzida energia se não houver tensão entre contrários. Disto decorre a importância de se encontrar o oposto da atitude consciente (JUNG, 1987, p.44, §78). Mas, na tensão entre opostos é produzido o sofrimento. Ainda assim, enfrentar essa condição é necessário para que se produza uma condição psíquica que traga novo conhecimento sobre si e o mundo, que leve a um novo equilíbrio, ou quietude psíquica (temporários). Nesse processo, inicialmente a psique aborda os opostos como contraditórios entre si, depois passa a considerá-los em contraposição e então, em relação de contrariedade, para finalmente poder entendê-los como em relação por meio de uma oposição correlativa (PIERI, p.357). A erupção do conflito desencadeia o processo de regressão da energia psíquica. A consciência em sua unilateralidade é constantemente compensada pela atividade inconsciente oposta. Quando se depara com um obstáculo que não consegue superar racionalmente, como uma tarefa insolúvel, há um represamento da energia psíquica, do fluxo constante da vida. Tal represamento da libido leva a que “os opostos, antes unidos no fluxo constante da vida, se dividam e se enfrentem como adversários sedentos de batalha” na qual se esgotam. “Da energia que perdem, constrói-se aquela terceira coisa que é o começo de um caminho novo” (JUNG, 1991, p.97, §133). Entretanto, uma condição possível que daí decorre é que o polo que domina na consciência passe a ser seu oposto. A unilateralidade da consciência dará origem à sua “contraposição inconsciente igualmente forte e que se manifesta, em primeiro lugar, na inibição do rendimento consciente e, depois, na interrupção da direção consciente”. Jung está assumindo por Enantiodromia “a oposição inconsciente no decorrer do tempo” (JUNG, 1991, p.404, §795). Isso levará à interrupção da vida anterior conforme descrito acima, constituindo nova unilateralidade. Para Jung, não há muitas alternativas ao enfrentamento das oposições dado considerar que “tudo o que é humano é relativo, porque repousa numa oposição interior de contrários, constituindo um fenômeno energético” (JUNG, 1987, p.67, §115), sendo a energia produzida necessariamente a partir de uma oposição. Para não ser dominado por esse processo seria preciso não reprimir o inconsciente, o que apenas o faria infiltrar-se sub-reptício. Mas, diferenciar-se do inconsciente, colocando-se diante dele, “como algo à parte e distinto de si” (ibidem, p.65, § 112), o que é muito difícil para a maioria das pessoas. Para Jung importa não reprimir a vida passada, mas conservar antigos valores e acrescer-lhes o reconhecimento de seu contrário (ibidem, p.67-8, §115-6). Esse processo se desenvolve de forma parcialmente sacrificial, envolvendo a renúncia de algo precioso – e disso emerge uma nova forma de libido uma nova forma de vida. O Eu se coloca como distinto da consciência e do inconsciente, fica suspenso entre as contradições. Isso remete a um processo de completude psíquica, não de perfeição. O indivíduo como que é obrigado a suportar o oposto que tensiona em benefício da completude, da inteireza, não da perfeição (JUNG, 1990, p.64, §123). Em termos práticos, a conciliação dos opostos requer compromisso e irracionalidade. Enfatiza Jung que os opostos não se conciliam pela razão. Em termos práticos, só se deixam conciliar, se surgir entre eles um novo elemento (novum), o tertium non datur “que seja diferente de ambos e, no entanto, capaz de absorver de forma igual a energia deles, sendo expressão de ambos e de nenhum”. Ainda acrescenta: “algo assim é impossível de imaginar, só a vida o pode criar” (JUNG, 1991, p.110-1, §161). Requer criação ou ação que “assume os opostos como elementos necessários de coordenação”, talvez levando a “um ato criador afastando os preconceitos” (ibidem, p.307, §606). O pressentimento da criação abre o caminho na consciência mesmo esta não sabendo superar os contrastes, não reconhecendo o que os resolve e unifica. A nova configuração que também a consciência deseja “é o vir a ser de uma totalidade”, pela união (não unidade) dos contrários. Para constituir essa totalidade ocorre a chamada Coniunctio Oppositorum na qual a emergência de um símbolo permite a reunião das polaridades opostas presentes na psique e a presença viva de cada um dos polos em oposição (PIERI, p.360). Essa condição pode ser novamente associada à imagem do Arco de Heráclito – às tensões, novamente Antinômicas.

O arco da imagem de Heráclito, refere-se à tensão necessária à existência que requer Antinomia – uma oposição em que cada elemento do par de opostos necessários regula um ao outro. O termo Antinomia refere-se etimologicamente ao conflito de leis, filosoficamente, refere-se a uma contradição insolúvel entre duas proposições, sendo as duas igualmente demonstráveis (PIERI,40-1). A respeito da antinomia, no contexto heraclitiano, sintetiza Santos (1990, p.5): 

Os princípios antinômicos, que o Lógos reúne em seu devir, estabelecem entre si um bem ordenado jogo de convergências, em virtude do qual cada um afirma sua natureza, assegurando assim a própria identidade e ainda a identidade do todo. O todo e o não-todo, o convergente e o divergente, o consoante e o dissonante, se isolados, seriam abstrações sem verdade, incompreensíveis: apenas existem, um em função do outro, pertencentes que são a uma mesma (e única) totalidade. Esta, da mesma maneira, sem a permanente presença dos contrários, jamais seria o que em sua essência é (SANTOS, 1990, p.5).

Jung considera que a psique somente pode ser descrita em função de antinomias. Para ele, duas antinomias são fundamentais: a psique depende do corpo/o corpo depende da psique e o individual nada significa na perspectiva do geral/o geral nada significa na perspectiva do individual. Jung considera que no estudo da psique o todo somente pode ser abordado por meio de paradoxos e procedimentos intelectuais antinômicos (PIERI, 2002, p.41). “A totalidade psíquica viria a dar-se apenas por percepções antinômicas, e o objeto psique emergiria apenas na forma de um ser paradoxal”, o Si-mesmo ou Self (idem). No contexto junguiano, entretanto, “nossas afirmações intelectuais se dispõem de forma antinômica apenas onde nos encontramos na necessidade de conceder a condição de existência a alguma coisa de que fazem experiência, mas da qual não existe um saber” (idem). Ou seja, quando a consciência entra em contato com o inconsciente e apreende um novo conteúdo, não o faz de modo lógico, apolíneo. Obtém a respeito do novo conteúdo, informações algo “nebulosas”, ou difusas e indistintas. É preciso que o intelecto se exponha a isso que não compreende e não pode compreender, deve se expor a uma contradição, buscando captar alguns de seus aspectos. Para Jung, a vida psíquica é no limite, incompreensível, como o evidencia o conflito entre os aspectos físicos e espirituais. Ainda assim, a psique é nossa única experiência imediata. Ressalta Jung estarmos “de tal modo envolvidos em imagens psíquicas, que (…) tudo que nos é possível conhecer é constituído de material psíquico. A psique é a entidade real em supremo grau, porque é a única realidade imediata” (JUNG, 1986, p.297, §680). E o próprio o saber sobre a psique se dá por meio de articulações antinômicas (PIERI, 2002, p.41). É necessária a fase psíquica em que os contrários psíquicos se mostram à consciência. Caso não ocorra, seria produzido um conflito psicológico e a dissociação (com possível cisão) da psique. A antinomia deve ser resolver por meio de um postulado antinômico, uma proposição que contemple ambos os aspectos em conflito. Este permite à consciência contemplar ambos os aspectos referentes a uma situação conflituosa. Por outro lado, para ocorrerem, as tensões antinômicas não precisam do controle da consciência. O ego somente é acionado quando as tensões ficam maiores e os caminhos habituais de se lidar com elas não estão levando à adaptação ao presente. Ainda que a consciência participe, enfatiza Jung somente ser possível resolver o problema dos contrários pelo caminho irracional. Ressalta ser esse caminho apontado pelo inconsciente, através dos sonhos (JUNG, 1987, §166, p. 93). 

Do exposto ressalta-se que a ideia de um equilíbrio estático como meta para a psique humana não se aplica em absoluto ao modelo psíquico junguiano. Com base em Heráclito, Jung assume a possibilidade de uma tensão criativa, em que pares de opostos regulam um ao outro, não caindo a atitude consciente em unilateralidade, nem tomando a consciência ou atuando um conteúdo inconsciente que se lhe opõe. Mas tal tensão criativa pode envolver enfrentar desconforto e mesmo conflito. Quando o desconforto, o conflito não é suportado pela consciência e há cisão da consciência em relação ao conteúdo a que se opõe, pode ocorrer Enantiodromia, a inversão de conteúdos tomando a consciência o que antes se lhe opunha – com potencial destrutivo ao vivido até então. Ainda assim se apresenta a possibilidade da completude, da integração dos opostos pela emergência de um símbolo (função simbólica ou transcendente) que renova e revitaliza a vida, ampliando as possiblidades da consciência. O modelo psíquico junguiano que busca explicar nossa vida psíquica não propõe sombra e água fresca, nem só o mal, nem só o bem… Propõe um dinamismo cuja força resultante é capaz de lançar a flecha de uma nova atitude, capaz do soar melódico de uma nova harmonia, dinâmica, inquieta e nada acomodada.  Para Heráclito e Jung é possível harmonia exatamente pela tensão de opostos Antinômicos. Harmonia esta, em nada semelhante às promessas de prazer eterno das sociedades de consumo contemporâneas. Enfrentar conflitos e integrar os opostos em um novo símbolo é essencial, dado que “um conflito insolúvel significa antes de mais nada, estancamento da vida” (JUNG, 1987, §147, p.84). Cabe-nos buscar inspiração no arco de Heráclito, em Ártemis e Apolo para quem o que mais amavam era manejar o arco e a lira, em suas tensões criativas, geradoras da mais bela harmonia.

Analista em formação: Silvia Maria Guerra Molina

Analista didata responsável: Maria Cristina Mariante Guarnieri

Bibliografia

CIVITA, Victor (ed.) Os pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1973, 376p. (Coleção Os Pensadores, vol. I).

JUNG, C.G. A natureza da Psique. Petrópolis, RJ: Vozes, 1986, 402p. (Obras Completas vol. VII/2).

JUNG, C.G. Aion  estudos sobre o simbolismo do Si-mesmo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1990, 317p. (Obras Completas vol. IX/2).

JUNG, C.G. Tipos Psicológicos. Petrópolis, RJ: Vozes, 1991, 558p. (Obras Completas vol. VI).

JUNG, C.G. Os arquétipos e o Inconsciente Coletivo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014, 454p. (Obras Completas vol. IX/1).

Porto Editora – arché na infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2022-05-21. Disponível em: https://www.infopedia.pt/$arche.

SANTOS, Maria Carolina Alves dos  A lição de Heráclito. Trans/Form/Ação, São Paulo, 13:1-9, 1990. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-31731990000100001.

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