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Histórias em Quadrinhos na Clínica Arteterapêutica

O artigo examina o uso terapêutico das histórias em quadrinhos, desde suas raízes antigas até sua aplicação contemporânea na clínica arteterapêutica. Explora como a produção sequencial de imagens pode simbolizar complexos psíquicos e promover a individuação, apresentando estudos de casos de renomados quadrinistas.

Resumo: O presente artigo examina o uso terapêutico das histórias em quadrinhos, desde suas raízes antigas até sua aplicação contemporânea na clínica arteterapêutica. Explorando como a produção sequencial de imagens pode simbolizar complexos psíquicos e promover a individuação e apresentando estudos de casos de renomados quadrinistas.

Quando pensamos em história em quadrinhos as primeiras imagens nos remetem à contemporaneidade, HQs no formato que conhecemos são, afinal, elementos de uma mídia impressa historicamente recente. Todavia, se olharmos para além da mídia contemporânea dos quadrinhos, é fácil constatar que contar histórias através de uma sequência de imagens é uma forma de expressão muito mais antiga, sendo praticamente impossível datar quando começou a ser usada.

Há registros tão antigos quanto a civilização egípcia e os povos da mesopotâmia, mas há exemplos também na Grécia, em Roma, na Europa Medieval, na América Pré-Colombiana e no Japão feudal. A antiguidade e ubiquidade dessa forma de expressão nos permitem especular que essa teria um caráter arquetípico.

As histórias em quadrinhos, nada mais são que a forma mais recente desse tipo de expressão artística arquetípica.

Hoje em dia chamamos essa expressão de histórias em quadrinhos, HQs, gibis, graphic novels ou mangás, dependendo das características específicas que apresentem.

O universo contemporâneo das histórias em quadrinhos é muito amplo e diverso. Geralmente, ao falarmos desse tipo de mídia, as pessoas a associam às histórias de super-heróis – atualmente dominadas pelas editoras DC e Marvel – que narram os feitos de pessoas com poderes fantásticos. Mas há uma gama muito mais ampla nesse universo editorial. Tiras de comentário político e social de chargistas como Laerte e André Dahmer são tradicionais nos jornais brasileiros. Gibis infantis como a Turma da Mônica, de Maurício de Souza, fazem parte até hoje da vida das crianças, apesar do avanço das telas digitais.

No Japão, os mangás tem uma variedade imensa de temas e gêneros que vão dos tradicionais heróis ao romance passando por narrativas de terror e comédia, dentre outros. No ocidente, temas mais adultos costumam ser tratados no que costuma ser referido como graphic novels. Uma diferenciação talvez surgida para afastar a ideia de que se está consumindo uma mídia juvenil, mas que, na realidade, não foge da estrutura gráfica de uma HQ. Assim, hoje em dia não há temática literária que também não possa ser encontrada desenhada em quadrinhos. Os quadrinhos também têm se tornado cada vez mais populares nos últimos anos.

Os personagens nascidos nos quadrinhos tomaram o cinema

O multiverso da Marvel é, hoje, a franquia cinematográfica de maior sucesso de todos os tempos. O mercado editorial de quadrinhos também tem crescido enormemente, tendo atingido a marca de 14,69 bilhões de dólares em vendas em 2021, com a projeção de atingir mais de 21 bilhões de dólares até 2029, tanto em mídias impressas quanto digitais. Esse crescimento tem se dado tanto no segmento infantil quanto no adulto.

Mas o que caracteriza uma história em quadrinhos?

Segundo Scott McCloud, podemos definir Histórias em Quadrinhos como “Sequências de imagens pictóricas e outras imagens justapostas, destinadas a transmitir informações e/ou a produzir uma resposta estética no espectador.”

A partir dessa definição podemos entender que uma história em quadrinhos possui dois elementos essenciais: forma e conteúdo. Forma trata de como esse tipo de mídia se organiza no espaço, é a ideia de uma sequência de imagens. O outro elemento é o conteúdo, a arte e histórias que preenchem essa sequência a fim de informar ou causar uma resposta estética.

Entende-se que os quadrinhos modernos surgiram no final do século XIX, mas é interessante entender que essa é apenas a expressão contemporânea de uma forma de comunicar muito mais antiga.

McCloud cita em seu trabalho um manuscrito pré-colombiano anterior à chegada dos espanhóis; uma tapeçaria normanda de 1066; murais egípcios; e uma gravura de 1460 descrevendo a tortura de São Erasmo como exemplos de arte sequencial que seguem a mesma lógica representativa dos quadrinhos modernos.

Como visto na definição de McCloud, os quadrinhos visam transmitir informações e/ou produzir uma resposta estética. Acontece que na maior parte das vezes essa informação é uma história e histórias são especialmente interessantes a analistas junguianos. Philippini cita o resgate de histórias como uma possibilidade do encontro e compreensão de temas da vida do indivíduo. Obviamente, quadrinhos também podem contar essas histórias.

Contos de fada e mitologia são temas frequentes no consultório junguiano, mas é evidente que a principal história que está sempre presente é a do analisando. Até aí nada de novo. Como dito, histórias são o dia a dia da clínica junguiana, mas contar uma história como quadrinho adiciona um elemento interessante: o quadrinho convida que essa história seja expressa também graficamente. O que poderia ser realizado eventualmente. Produzindo uma imagem solta de uma cena especialmente impactante que se escolhe representar.

Qual seria a vantagem de se produzir em série na clínica arteterapêutica?

Em A Prática da Psicoterapia, Jung pontua:

A pintura de quadros pelo próprio paciente produz efeitos incontestáveis, embora esses efeitos sejam difíceis de descrever. Basta, por exemplo, que um paciente perceba que, por diversas vezes, o fato de pintar um quadro o liberta de um estado psíquico deplorável, para que ele lance mão desse recurso cada vez que seu estado piora. O valor dessa descoberta é inestimável, pois é o primeiro passo para a independência, a passagem para o estado psicológico adulto.
Usando esse método – se me for permitido usar este termo – o paciente pode tornar-se independente em sua criatividade. Já não depende dos sonhos, nem dos conhecimentos do médico, pois, ao pintar-se a si mesmo – digamos assim – ele está se plasmando. O que pinta são fantasias ativas – aquilo que está mobilizado dentro de si. E o que está mobilizado é ele mesmo, mas já não mais no sentido equivocado anterior, quando considerava que o seu “eu” pessoal e o seu “self” eram uma e a mesma coisa.
Agora há um sentido novo, que antes lhe era desconhecido: seu eu aparece como objeto daquilo que está atuando dentro dele. Numa série interminável de quadros, o paciente esforça-se por representar, exaustivamente, o que sente mobilizado dentro de si, para descobrir, finalmente, que é o eterno desconhecido, o eternamente outro, o fundo mais fundo da nossa alma.

Ou seja, produzir uma série de quadrinhos razoavelmente extensa seria uma forma de buscar essa continuidade da produção. O que poderia levar a uma relação mais profunda com o Self e, portanto, contribuir com o processo de individuação.

É óbvio que a perspectiva de engajar um indivíduo numa produção tão extensa, e que leve a tamanha interiorização, como descrito por Jung, é improvável na maioria dos contextos terapêuticos. Mesmo assim, os quadrinhos ainda possuem um grande potencial simplesmente pelo casamento entre o elemento narrativo e expressivo gráfico.

Outra potencialidade das histórias em quadrinhos é dar espaço para o indivíduo vivenciar aquilo que Jung chama de pensamento fantasia.

Jung, baseado em William James, descreve dois tipos de pensamento. O primeiro é o pensamento dirigido que: “trabalha para a comunicação, com elementos linguísticos, é trabalhoso e cansativo; (…) produz aquisições novas, adaptação, imita a realidade e procura agir sobre ela”. Já o segundo seria o pensamento fantasia, o qual: “trabalha sem esforço, por assim dizer espontaneamente, com conteúdos encontrados prontos, e é dirigido por motivos inconscientes. (…) afasta-se da realidade, liberta tendências subjetivas e é improdutivo com relação à adaptação”.

Podemos imaginar que a natureza seriada de imagens das histórias em quadrinhos pode ser um espaço propício para o indivíduo exercitar o pensamento fantasia.

Como o pensamento fantasia é dirigido por motivos inconscientes, as associações feitas dessa maneira são de especial interesse na clínica.

Além das potencialidades que as histórias em quadrinhos possuem, devido a seu formato de imagens seriadas, também é necessário reconhecer o elemento da técnica utilizada. Nesse quesito, há uma infinidade de técnicas a serem exploradas, sendo as mais tradicionais e estudadas o desenho e a pintura.

É interessante notar que há uma gama de materiais possíveis para se realizar esse tipo de prática. De fato, qualquer técnica expressiva que trabalhe em um plano bidimensional pode ser utilizada na produção de quadrinhos. A exemplo de desenho, pintura, gravura, colagem, mosaico, até técnicas em tecido poderiam, ao menos em tese, serem utilizadas.

Não seria impossível também imaginar que, com a ampla disponibilidade de tecnologia, o uso de meios digitais também pode constituir um meio interessante de produção. Inclusive, com o auxílio de uma câmera fotográfica as possibilidades se expandem ainda mais.

Ainda no âmbito dos materiais, é fundamental lembrar que, dentro do contexto da clínica arteterapêutica, não há por que a produção do indivíduo se limitar a uma só técnica como esperado de um trabalho comercial (que geralmente é mais coeso plasticamente). Assim, não seria impossível imaginar um trabalho iniciado como desenho em nanquim, que migre para aquarela, então giz pastel, etc. Tal variação pode, por si própria, ser um elemento das histórias sendo relatadas, e um meio de diálogo com o inconsciente.

Há alguma evidência de que a produção de quadrinhos tenha efeitos arteterapêuticos?

Para obtermos essa resposta podemos observar o relato de dois quadrinistas renomados sobre a experiência deles com quadrinhos de conteúdo biográfico.

Primeiro vamos observar o relato de Art Spiegelman, autor de Maus (ratos em alemão). Um dos quadrinhos de maior impacto da história, tendo rendido a seu autor o prêmio Pullitzer de 1992. Maus intercala duas narrativas. A primeira é a história do pai do autor, Vladek Spiegelman, judeu polonês, que fora capturado pelos nazistas e sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz. A segunda cobre a relação do autor com seu pai no período quando se encontravam frequentemente para que Vladek pudesse relatar ao filho sua vida durante a Segunda Guerra.

O quadrinho popularizou-se por representar os personagens não como humanos, mas como animais. Judeus como ratos, alemães como gatos e poloneses como porcos.

Ao longo do livro o autor entrelaça as duas narrativas. Afinal ele não precisa só contar a história de seu pai, precisa também se haver com o fato de que é filho de um sobrevivente do Holocausto, com tudo que isso implica. Em fevereiro de 2022, Spiegelman concedeu uma entrevista sobre o processo de criar Maus, revelando o impacto da obra em sua vida:

(…) eu fiquei interessado na literatura psicológica sobre filhos de sobreviventes. E um denominador comum que surgiu várias vezes foram filhos que acabaram em hospitais psiquiátricos ou em prisões. E eu estive no primeiro. E o que é chamado na literatura psicológica de uma reação de aniversário. Isso tende a acontecer, nem sempre acontece, mas muito frequentemente – não aconteceu comigo. De acordo com a literatura, aproximadamente na mesma idade em que os pais foram pegos nos campos de concentração, os filhos acabariam nos hospitais psiquiátricos ou prisões.

E eu acredito que encontrei uma forma mais segura de lidar com tudo isso ao desenhar um livro. E isso – você sabe, uma das coisas é que você não pode viver o que seus pais viveram. E ainda assim, você recebeu esse mandato de ser feliz porque você não precisou passar por isso. E ainda assim, você não é tão feliz. E então há todo tipo de ambivalências que surgem a partir disso, incluindo um tipo de inveja perversa de seus pais terem vivido algo que provou que eles eram fortes o suficiente para sobreviver.

Então, eu não acho que seja uma coincidência total que eu tenha começado a trabalhar nesse projeto muito longo aos 30 anos, que é a idade em que meu pai entrou nos campos. Porque, para desenhar “Maus”, foi necessário que eu reencenasse cada gesto e cada local presente nesses flashbacks. O cartunista de “Maus” precisa fazer isso com seus pais em “Maus”. E o resultado é que as partes da minha história – da história do meu pai – que estão apenas em fitas ou transcrições, eu tenho uma ideia geral. E eventualmente, eu consigo trazê-las de volta à minha mente.

Mas as partes que estão no livro estão agora em caixas pequenas e organizadas, sabe? Eu sei o que aconteceu por ter assimilado completamente. E essa é parte da minha motivação para esse projeto, na verdade. E para fazê-lo, como eu disse, é necessário que eu faça uma certa quantidade de pesquisa – pesquisa fotográfica, procurar desenhos de sobreviventes, muitas leituras – para ter uma ideia do que foi, a fim de colocá-lo em alguma ordem visual para que outros possam ver. Eu voltei para a Polônia. Fui a Auschwitz para olhar ao redor, tentei encontrar a cidade natal dos meus pais – tudo parte do mesmo esforço para entender e compreender a partir dos ossos o que aconteceu. E vou dizer, ainda não é totalmente compreensível. Mas é a minha tentativa.

Esse trecho da fala de Spiegelman revela o impacto que produzir Maus teve sobre seu autor.

De um ponto de vista junguiano poderíamos afirmar que o autor conseguiu, a partir de sua produção artística, simbolizar um complexo transgeracional, que, segundo ele próprio, lançava seus pares em hospitais psiquiátricos e prisões. Aqui fica claro o potencial arteterapêutico de transformar um conteúdo de maneira criativa, conteúdo esse que de outra forma poderia ser demasiado desafiador para o ego.

Spiegelman crê que encontrou uma opção mais segura que seus pares para lidar com tal complexo, sendo as alternativas desenvolver um sintoma psiquiátrico ou literatizar o conteúdo do complexo replicando o drama paterno da prisão.

O relato de Spiegelman também dá conta de como o contato com o processo artístico ajuda a organizar a psique.

Para produzir o livro foi necessário colher os relatos de seu pai, estudar os locais e fatos ocorridos. Mas foi desenhando e contando a história no livro que os conteúdos se ordenaram. Pode-se dizer que produzir Maus permitiu a seu autor lidar com as imagens psíquicas de tal complexo. Fica claro, pelo relato de Spiegelman, que Maus teve um efeito terapêutico em sua vida ao permitir que um complexo familiar tivesse expressão criativa ao invés de se expressar de forma sintomática em sua vida.

Figura 1 – Página de Maus de Art Spiegelman

Nosso segundo exemplo é de Alison Bechdel, autora de Fun Home, uma obra que gira em torno da relação dela com seu pai. O título é um jogo de palavras: Fun Home (casa divertida) faz alusão à Funeral Home (casa funerária) – a funerária da família Bechdel a qual era administrada pelo pai de autora e na qual ela passou parte significativa de sua infância.

A história cobre da infância e adolescência de Alison até os seus dias na faculdade, quando se descobre homossexual. Poucos dias depois de assumir sua sexualidade para sua família, Bechdel recebe uma ligação informando da morte de seu pai num acidente.

No curto intervalo de tempo entre esses dois fatos, Bechdel também descobre um segredo familiar: seu pai levava uma vida dupla, tendo tido casos com outros homens. Isso a leva a imaginar que a morte de seu pai talvez tenha sido um suicídio. A partir dessa tensão, a autora faz um exercício para entender a si mesma, sua família e seu pai, muitas vezes fazendo alusões à personagens da mitologia e da literatura.

No trecho a seguir de uma entrevista de 2012, Bechdel fala da relação entre terapia e a produção de Fun Home:

BECHDEL: Sim, eu não poderia ter feito o livro sem ter feito muita terapia. Foi muito claro para mim que eu não queria que o livro fosse sobre minha terapia. Acho que teria sido muito chato. Mas não foi apenas os benefícios emocionais que obtive com a terapia, mas um modo inteiro de aprender a pensar psicologicamente. Compreender o que estávamos acabando de falar, essas camadas e camadas de motivações por trás dos comportamentos das pessoas. Além disso, acho que até aprendi a pensar de maneira psicanalítica: interpretando minha vida como se fosse um sonho. Até o ponto em que os sonhos são uma espécie de linguagem visual, e acho que não poderia ter contado essa história sem imagens. Isso fazia parte da minha sintaxe.

ENTREVISTADORA: E então, você sentiu que criar Fun Home e colocá-lo lá para fora fazia parte desse processo, no sentido de trabalhar através de sua vida e tentar encontrar significado nisso, e que produzir esse trabalho era parte disso?

BECHDEL: Sim. Totalmente.

É interessante notar que a própria autora correlaciona sua obra com seu processo terapêutico.

Bechdel entende que a terapia foi elementar para produzir Fun Home, tanto do ponto de vista emocional quanto intelectual. Poderíamos, então, imaginar que nesse caso o quadrinho seria apenas uma consequência ou um subproduto do processo terapêutico. No entanto, em seguida fica claro que produzir o quadrinho era parte integral desse processo. Numa outra entrevista, de 2017, Bechdel volta a falar de Fun Home:

Mas também fiz terapia por anos. E me esforcei para me relacionar com minha família de maneira honesta por anos. E todas essas coisas fizeram parte da escrita do livro. Lembro-me de ficar tão animada quando li sobre Virginia Woolf tirando sua mãe da cabeça ao escrever Ao Farol. Senti o mesmo depois de Fun Home. Eu era assombrada por meu pai e então não mais. Eu o removi do meu disco rígido. Ele estava ocupando toda a minha memória RAM.”

Nesse segundo trecho, a autora revela em sua fala que, após produzir Fun Home, seu pai deixa de assombrá-la. Esse pai do qual ela fala aqui, obviamente, é seu complexo paterno, o aglomerado de imagens psíquicas e memórias que estão associados à figura de seu pai.

Na descrição dela seu pai estava ocupando toda sua memória RAM. Ou seja, numa metáfora computacional podemos entender que tomado por forte tonalidade afetiva, o complexo paterno de Bechdel acabava por reter uma grande quantidade de energia psíquica em si. O que lhe permitiria constelar na consciência e gerar pensamentos, reações emocionais e comportamentos à revelia do ego.

O processo de produzir uma história em quadrinhos sobre seu pai permitiu a Bechdel acessar novamente as memórias e imagens psíquicas de tal complexo, podendo lhes dar forma e consequentemente despotencializar tal complexo. Tirando dele parte da energia psíquica que tinha tomado para si.

Despotencializado, o complexo não possui mais a energia para constelar na consciência e, por conseguinte, deixa de ser capaz de “assombrar” a psique e a “memória RAM” (energia psíquica) é liberada para outras atividades. O relato de Bechdel torna inegável o impacto que esse trabalho teve em sua vida.

Figura 2 – Página de Fun Home de Alison Bechdel

Podemos observar, a partir dos exemplos, que parece haver potencialidade nessa forma de expressão como modalidade arteterapêutica, muito embora não haja grande quantidade de conteúdo acadêmico sobre o tema.

Um dos pontos fulcrais da arteterapia é sua capacidade de dar expressão a conteúdos que não podem ser exprimidos através da linguagem falada ou escrita.

Pode-se imaginar que a expressão por meio do desenho ou da pintura associado a uma narrativa permita um trabalho terapêutico muito profundo. Possivelmente similar à imaginação ativa que permitiria não só a expressão dos complexos como uma forma de estabelecer uma relação entre esses e o ego afim de propiciar o processo de individuação.

Gabriel Andrade – Analista em formação IJEP

Waldemar Magaldi – Analista Didata IJEP

Referências:

BECHDEL, Alison. Fun Home creator Alison Bechdel on turning a tragic childhood into a hit musical. [Entrevista concedida a] Rachel Cooke. The Guardian. Novembro de 2017. Disponível em: https://www.theguardian.com/books/2017/nov/05/alison-bechdel-interview-cartoonist-fun-home. Acesso em 10 de maio de 2023

BECHDEL, Alison. The Alison Bechdel Interview. [Entrevista concedida a] Lynn Emmert. The Comics Journal. Maio de 2012. Disponível em: https://www.tcj.com/the-alison-bechdel-interview/. Acesso em 10 de maio de 2023

JUNG, C. G. A Prática da Psicoterapia. 16.ed. Petrópolis, Vozes, 2013c

______. Símbolos da Transformação. 9.ed. Petrópolis, Vozes, 2013f

PHILIPPINI, Angela. Para entender Arteterapia – Cartografias da coragem, Rio de Janeiro, Wak, 2021

SPIEGELMAN, Art. ‘Maus’ author Art Spiegelman shares the story behind his Pulitzer-winning work. [Entrevista concedida a] Terry Gross. NPR. Fevereiro de 2022. Disponível em https://www.npr.org/2022/02/11/1080095967/maus-author-art-spiegelman-shares-the-story-being-his-pulitzer-winning-work. Acesso em 10 de maio de 2023

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