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Prateleiras de super-mercados abarrotadas. Vastas áreas em reluzentes shopping centers lançando apelos ao consumo… Consumo e mais consumo, sempre acenado como viabilizado por sorridentes anunciantes de cartões de crédito. Autonomia. O mundo da fartura sem compromisso com a origem dos produtos, com a remuneração de quem os fabricou, transportou, de quem os está vendendo. Nem com os resíduos produzidos no processo. Engajamento total na compra de uma imagem. A construção de uma persona de aparência feliz e integrada ao mundo hiperdigital em que vivemos. E tudo tão fácil, tão aparentemente ao alcance das mãos, de um gesto. De um clique. As dívidas e dúvidas… Ficam para amanhã. Vamos a qualquer lugar com um piscar de olhos, com um telefonema, com a consulta a um site na internet.

No mundo em que vivemos hoje sobra espaço ou tempo para a alma? Vou fazer uma brincadeira e comparar um…

Este artigo, desenvolvido em duas partes, propõe um breve estudo sobre a origem e a longevidade do Círculo de Eranos e a importância de R. Otto, C.G. Jung, H. Corbin e K. Kerényi, dentre outros, para o desenvolvimento e aprofundamento de conceitos como “numinoso”, “arquétipo”, “imaginal” e “mitologema”. Analisa, também, a contribuição dos encontros de Eranos para a formulação de uma abordagem interdisciplinar para os estudos sobre o imaginário.

O tema dessa reflexão é permeado por uma história: negro, Rafael, quando criança esteve escravo. Fugiu e adulto tenta sobreviver na “França das Luzes”, no início do século XX. Depara-se com severas restrições sociais devido à coloração de sua pele. Ele próprio, com seus comportamentos e decisões, também destrói e dissipa o que constrói pelo próprio esforço. Assume uma atitude de radicalização, de tudo ou nada em relação ao seu trabalho. Antes de seus 50 anos, alquebrado por tanta rejeição e luta, desiste, adoece e morre. Trata-se da história verídica do palhaço Chocolate, famoso e inovador em sua época de palcos e picadeiros, como palhaço.

Individuação é o termo que Jung usou para falar de uma destinação:
Individuação significa tornar-se um ser único, na medida em que por individualidade entendermos nossa singularidade mais íntima, última e incomparável, significando também que nos tornamos o nosso próprio si mesmo. Podemos, pois, traduzir individuação como tornar-se si mesmo (Verselbstung). ou o realizar-se do si mesmo (selbstverwirklichung). (JUNG, 1981c, Estudos Sobre Psicologia Analítica, §266) negritos meus

“Encanta-me essa ideia de que apenas desistindo de sermos o centro do mundo e de nossa própria vida somos capazes de experimentar a verdadeira doçura de Deus e da vida”. (Pondé, 2018)
Para além da compreensão do mito de Sísifo como questão da repetição infinita que leva e evidencia o trabalho sem sentido e discute a questão do sentido da vida ou da falta dele, este artigo quer convidar o leitor a prestar atenção em uma outra possibilidade. Como já se sabe, o mito nunca se esgota e de forma alguma possui apenas um sentido, mas como diamante possui várias facetas e todos elas constituem a intensidade e o valor do seu brilho.

Em cinco de julho de 1996 nascia Dolly, a ovelha. Ela tinha três mães: uma proveu o óvulo, outra o…