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Este presente artigo visa abordar sobre a cor marrom e sua pouca preferência pela maioria das pessoas feita pela cientista social alemã Eva Heller e a influência do marrom dentro da clínica de arteterapia e imagens criadas dentro do processo terapêutico. Avaliamos o valor simbólico e as possibilidades para uma ampliação mais profunda em cima da cor marrom.
O tempo nos impele de um lado, com a sensação de pressa constante e de outro, as duras penas, nos faz entender que nossos processos de vida muitas vezes não podem ser acelerados. Receber e elaborar as adversidades que se apresentam a todo momento sem abandonar nosso mundo interior, pode se tornar um gigantesco desafio.
Em 1990, durante o breve período que passei no Centro de Pesquisa Teatral de Antunes Filho, na cidade de São Paulo, fui apresentada à obra de C. G. Jung, Mircea Eliade, Joseph Campbel, Marie Louise Von Franz, Fritjof Capra, dentre outros. Antunes passava uma vasta bibliografia para seus alunos-atores que tinha a ver com tudo de extremamente importante, mas não tinha na lista inicial um livro sequer de teatro. Só isso já me intrigou na época e fato é que nunca mais esqueci o que vi e ouvi lá. E nunca mais vivi sem a companhia de algum escrito de Jung. Esse artigo é uma homenagem a esse encontro.
“As fotos criam o belo e – ao longo de gerações de fotógrafos – o esgotam” Suzan Sontag Uma foto, um instante, uma situação de experiência que envolve toda uma família, um indivíduo, um evento. O que revela uma foto? Revela o que é visível: todo o ambiente fotografado, incluindo pessoas, coisas, animais, elementos de um tempo que ali se eterniza quase como um documento ou registro histórico. Mas também desvela o não visível: as ausências, os humores, padrões de repetições, objetos não percebidos, aspectos não considerados, elementos que só podem ser constatados quando o tempo, generosamente, nos dá a distância necessária para que a experiência possa oferecer uma nova forma de compreender a situação.
O trabalho da Arteterapia tem como objetivo estimular e capacitar a potencialidade criativa das pessoas, por meio de técnicas menos racionais, despertando disposições expressivas não verbais, além de utilizar as expressões criativas de forma psicoterapêutica, possibilitando a simbolização das intercorrências geradoras de sofrimento e a superação das crises, permitindo caminhos transformadores para a saúde biopsicossocial e espiritual. Por isso, a Arteterapia é uma excelente ferramenta no processo da Psicologia Analítica, que visa a simbolização dos sintomas físicos, relacionais, laborais, familiares, sociais e até espirituais, facilitando o engajamento consciente do ego ao processo de individuação, que equivale ao alinhamento com o sentido e o significado existencial, respeitando a condição única, complexa e criativa de cada indivíduo.
“Boa parte dos analistas junguianos trabalham de forma quase predominante com os mitos gregos. A maioria das escolas formadoras tem um “excesso de Grécia” e uma miopia para os saberes dos ancestrais da nossa terra. Temos muita Ariel e pouca Yara. Como os mitos tratam de assuntos arquetípicos, trabalhar com a narrativa dos mitos dos povos originários é um convite para emergir do inconsciente as imagens que nos constituem como brasileiros. “