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Entender o conceito de unilateralidade da consciência e compreender a importância que ele tem na teoria junguiana é fundamental para…

Individuação é o termo que Jung usou para falar de uma destinação:
Individuação significa tornar-se um ser único, na medida em que por individualidade entendermos nossa singularidade mais íntima, última e incomparável, significando também que nos tornamos o nosso próprio si mesmo. Podemos, pois, traduzir individuação como tornar-se si mesmo (Verselbstung). ou o realizar-se do si mesmo (selbstverwirklichung). (JUNG, 1981c, Estudos Sobre Psicologia Analítica, §266) negritos meus

E de repente, estamos na Menopausa, completando nossos 50, 60, 70 anos e ficamos estanque diante do que poderá acontecer com as nossas vidas. Junto com os filhos crescidos, com a chegada dos netos, com os fios de cabelo branco, aparecem também a dificuldade em perder peso, o desânimo, cansaço, a falta de energia, o humor depressivo, a ansiedade, irritabilidade, insônia, os déficits de atenção e concentração, a perda de memória, os pensamentos com conteúdo negativos ou morte, a anedonia (nome bonito dado para a perda do prazer ou interesse), diminuição da libido, a desesperança e labilidade emocional.

Partindo da narrativa junguiana, pode-se refletir que a psique possui refinado sistema de avaliação, ou seja, um “sistema de valores psicológicos” (JUNG 2013, §14). Valor designaria uma relação de intensidade e jamais uma substância, qualidade, propriedade específica, ou seja, nunca uma coisa em si. A energia psíquica neste sentido não expressa “nada mais do que as relações entre valores” (JUNG 2013, §50).  O sistema de valores usaria medidas de valores morais e estéticos coletivos (que são denominados de objetivos, pois associam-se a escalas de valores universalmente estabelecidas) e valores que podem não corresponder, exatamente, aos valores universais estabelecidos pois teriam sido vividos de maneira singular na vida de cada sujeito. Embora tivessem um arranjo vivido de forma particular e singular ainda assim teriam relação com valores coletivos.

Poderia o transtorno depressivo ser reimaginado como a dominação unilateral de um conjunto de sistema de valores que, em cisão e reação de oposição e embate, produzem o que surge como sintomas? 
Através da narrativa Junguiana a noção de doença mental (psicopatologia) pode ser revista como o momento em que se configura a dominação unilateral de um padrão arquetípico que, em complexos, torna-se governo interior tirânico e com grande intensidade se coloca em oposição e embate contra manifestações diversas. Os complexos dominantes viveriam os elementos em cisão como inimigos a serem combatidos, o que constelaria todos os mecanismos automáticos de defesa e fariam com que estas manifestações surgissem como sintomas. 
Pode-se partir da descrição do episódio depressivo no X Código Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (CID-10 OMS , 1993) em que este é apresentado como:
“Em episódios depressivos típicos, (…) o indivíduo usual¬mente sofre de humor deprimido, perda de interesse e prazer e energia reduzida levando a uma fatigabilidade aumentada e atividade diminuída. Cansaço marcante após esforços apenas leves é comum (…)” (CID-10 OMS, 1993, p.117)

Poderia o Transtorno Afetivo Bipolar ser reimaginado como a dominação unilateral de um conjunto de sistema de valores que, em cisão e reação de oposição e embate, produzem o que surge como sintomas?

Através da narrativa Junguiana a noção de doença mental (psicopatologia) pode ser revista como o momento em que se configura a dominação unilateral de um padrão arquetípico que, em complexo, torna-se governo interior tirânico e com grande intensidade se coloca em oposição e embate contra manifestações diversas. Os complexos dominantes viveriam os elementos em cisão como inimigos a serem combatidos, o que constelaria mecanismos automáticos de defesa e fariam com que estas manifestações surgissem como sintomas.