Como integrar o excesso e a falta que comparecem no cotidiano em forma de sofrimento psíquico?
O excesso e a falta podem ser compreendidos como aspectos antagônicos, com grande carga de energia psíquica. Quando o excesso está na consciência, a falta está na mesma proporção no inconsciente e vice-versa, que segundo Jung envolve a enantiodromia: um fenômeno psicológico em que uma atitude unilateral da consciência pode ser compensada por uma força oposta do inconsciente.
Ao estar em evidência um aspecto, outros podem ser negligenciados, manifestando-se em forma de angústia. Pretende-se ampliar o tema, com diferentes exemplos do contexto e aprofundá-los com algumas reflexões de Jung. Ao mesmo tempo, almeja-se evidenciar o autoconhecimento, que pode ocorrer no processo de individuação, como possibilidade de promover a integração dos opostos em movimento pendular, para o alcance da harmonia psíquica.
De um modo geral, a psicologia compreende o excesso como pensamentos, sentimentos e ações que ocorrem de forma excessiva, compulsiva e em desarmonia com a realidade, que podem comparecer em forma de transtornos específicos descritos pelo DSM 5 (depressivos, de ansiedade, bipolares, de personalidade, dissociativos e outros mais) e pelos mecanismos de defesa, de acordo com a realidade de cada indivíduo, que encobrem o descontentamento e a falta, geralmente envolvem culpa, medo, vergonha, mágoa e outros aspectos sombrios.
Muitas são as formas de acolher o sofrimento humano. A Psicologia Analítica Junguiana oferece uma perspectiva valiosa para o entendimento do excesso e da falta psíquica, que podem ser transformados, como afirmou Jung:
Árvore nenhuma, sabemos, cresce em direção ao céu, se suas raízes também não se estenderem até o inferno. O duplo movimento é inerente à natureza do pêndulo.
JUNG, 2013a, §78)
Neste sentido, pode-se destacar a importância de encontrar a harmonia entre os opostos e isso é possível pelo processo de individuação, que envolve a necessidade natural do ser humano evoluir para alcançar o desenvolvimento total e integral da sua personalidade, promovendo o autoconhecimento, que auxilia na integração dos aspectos desconhecidos e sombrios que estão no inconsciente, trazendo-os para a consciência.
Geralmente o excesso e a falta envolvem a repetição de padrões, na busca de controle, prazer e validação.
É uma forma inconsciente de lidar com os sentimentos negativos, com as situações difíceis e com a insatisfação. A famosa frase todo excesso esconde uma falta permite uma ampliação sobre os vazios emocionais, que muitas vezes são preenchidos por compras, drogas, sexo, comidas, bebidas, jogos e outros mais, com a ilusão de suprirem dores emocionais e podem ser observados nas palavras de Jung: “E estamos hoje ainda tão longe ou mais longe ainda de entender os pares opostos – idealismo/realismo, espiritualidade/materialismo e todas as questões acessórias daí oriundas” (JUNG, 2014, § 55). Compreender e integrar os pares opostos é uma busca incessante durante a vida. Para melhor entendimento sobre excesso e falta, serão apresentados vários exemplos do dia a dia, vivenciados de forma individual e coletiva.
Um padrão típico é a utilização de bonecos e bonecas – assunto polêmico na mídia – em que comparece a discussão sobre o que é saudável e o que pode ser aspecto de adoecimento.
Por um lado, eles são essenciais e benéficos, principalmente no contexto infantil, como auxílio terapêutico e de autorreflexão no mundo adulto, com diferentes práticas (no desenvolvimento da criatividade e de habilidades sociais, no tratamento da saúde mental, na publicidade, no treinamento e até na segurança), como é possível verificar em empresas, consultórios, hospitais, obras, trânsito, entre outros. Por outro lado, o excesso do seu uso pode representar o adoecimento, suprindo uma falta psíquica.
Neste contexto, os constantes assaltos no trânsito têm contribuído para a utilização do passageiro reborn pelos motoristas para se protegerem. Da mesma forma, as bonecas reborn, com uma aparência realista de um bebê recém-nascido, estão cada vez mais presentes e têm causado questionamentos.
A boneca sexual humana, por sua vez, com diferentes movimentos e estilos, voltada para o mundo adulto, pode ser prática e útil em algumas situações, porém o uso demasiado pode representar disfunção, desvio ou inadequação. É uma experiência fantasiosa para a diversão e o prazer, porém torna-se um problema quando ela ocupa o espaço de relações reais e desejo masculino de criar uma mulher perfeitamente controlada e obediente, passiva e incapaz de qualquer tipo de julgamento.
Jung nos deixou uma contribuição valiosa para ampliação desse tema: “Estou convencido de que o caminho da vida só continua onde está o fluxo natural. Mas nenhuma energia é produzida onde não houver tensão entre os contrários; por isso, é preciso encontrar o oposto da atitude consciente” (JUNG, 2013c, § 78). Ele sugeriu buscar o entendimento pelos aspectos inconscientes.
Historicamente, a utilização da boneca é antiga, mais voltada ao mundo feminino e infantil e representa a beleza, a alegria e a delicadeza, contribuindo com o crescimento emocional, social e cognitivo.
Diferentes estudos apontam que no Antigo Egito, entre 3 mil e 2 mil a.C., bonecas de madeira e argila eram encontradas em túmulos de crianças. A Lenda das Abayomis, descrita por Campos Gomes e Bizarria (1984), conta a história de mulheres negras que confeccionavam bonecas com retalhos de suas roupas nos navios negreiros, para acalmarem e distraírem os filhos e ao mesmo tempo serviam como amuleto de proteção durante a travessia.
Vindo ao encontro e resgatando o uso do brinquedo, há muitos anos o poema A Boneca, de Olavo Bilac, retratou uma briga de duas meninas por uma boneca, destacando a importância da amizade, empatia e tristeza como consequência da disputa por objetos:
Deixando a bola e a peteca
Bilac, 1888
Com que ainda há pouco brincavam
Por causa de uma boneca
Duas meninas brigavam.
Como já foi visto, a palavra boneca não necessariamente se refere ao mundo infantil. Na vida adulta pode expressar um apelido carinhoso, uma metáfora para a beleza passageira, a busca por perfeição ou como interação com um objeto sexualizado. Isso comparece em letras de músicas, como em Boneca Cobiçada, interpretada por Carlos Galhardo (1957), antes de muitos de nós nascermos.
Na mitologia também encontramos deuses e deusas que representam uma vida de excessos e faltas, motivados pelo orgulho, vaidade, desequilíbrio e por atos de crueldade.
Uma das histórias bem difundidas é a de Narciso que foi tomado pelo excesso de vaidade. Igualmente, Procusto foi punido pelos atos de crueldade. Além dos exemplos destacados, pode-se realizar ampliações com as ponderações de Jung: “Qualquer que seja a forma que revele o excesso a que nos entregamos, como o álcool, a morfina ou o idealismo, é nociva. Nunca devemos sucumbir à sedução daquilo que é prejudicial” (JUNG, 1987, p. 284). Por outro lado, enquanto Deméter personifica a falta de nutrição, a integração de Apolo (razão) e Dionísio (emoção) representa a harmonia.
Nas histórias infantis, nas lendas e nos contos de fada o excesso e a falta também comparecem.
A Lenda de Midas (2001) vem ao encontro e retrata o excesso. O rei Midas transforma tudo o que toca em ouro e isso o deixa ganancioso, mas perde a conexão com o que mais importa ao descobrir que não pode mais abraçar as pessoas que ama. Outra história muito conhecida é A Bela Adormecida (2010). A princesa entra em um sono profundo por uma maldição e simboliza a falta de vitalidade e a necessidade de ser despertada para a vida. Da mesma forma, O Soldadinho de Chumbo (2007), simboliza a falta de propósito e a busca por significado diante dos obstáculos em sua jornada.
Já dizia Jung: “A própria natureza procura o antagônico e dele tira a harmonia e não do idêntico” (JUNG, 2014, §790).
Falta e excesso são integrados com a lenda A Árvore da Vida, símbolo da harmonia em diferentes versões, de acordo com as diversas culturas, representando a conexão entre o céu e a terra e a importância de integrar as polaridades.
Ditos populares também proporcionam reflexões e aprendizados sobre o excesso e a falta.
E segundo Jung, eles envolvem conteúdo oposto: “Todo extremo psicológico contém secretamente o seu oposto ou está de alguma forma em estreita relação com ele” (JUNG, 2013d, §581). Eis alguns exemplos: Quem muito se apressa, pouco alcança ensina que o excesso de pressa e impaciência pode levar a erros. Quem não cuida do que tem, perde, alerta para a falta de cuidado e atenção. O ditado tudo em excesso faz mal sugere que o equilíbrio é fundamental para a saúde integral. Quem sabe o que tem, sabe o que dar indica que a moderação é fundamental para a generosidade e a doação.
Algumas músicas brasileiras abordam o tema do excesso, como Exagerado, de Cazuza, que intensifica sentimentos e experiências extremas:
E por você eu largo tudo
Cazuza, 1985
Carreira, dinheiro, canudo
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais.
Zeca Pagodinho trouxe a música Menor Abandonado, enfatizando o excesso de vício e dependência. Overkill, de Colin Hay, lançada em 1983, representa o excesso de preocupações e a falta de sono. De forma idêntica, algumas canções conhecidas abordam o vazio e a falta, como Vazio, de Marisa Monte. Em Tanta Saudade, Djavan expressa a saudade e a falta de alguém que está longe, assim como Caetano Veloso, com a música Sozinho, porém Elis Regina de algum modo explorou o tema harmonia em suas canções e Gilberto Gil, cantando A paz, destacou a harmonia com a paz e o amor para um mundo melhor:
Eu vim, vim parar na beira do cais
Gilberto Gil, 1994
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos ais.
Filmes também apresentam histórias sobre o tema, como O Círculo, que retrata o excesso de exposição pessoal nas redes sociais e a perda de privacidade. Doutor Estranho no Multiverso da Loucura explora o excesso de poder. Em contrapartida, A Vida Invisível enfatiza a falta de reconhecimento e valorização do trabalho doméstico e de cuidados realizados pelas mulheres e Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo aborda a falta de controle e a incerteza em um mundo caótico.
Quando o tema é religião, os aspectos excesso, falta e harmonização também estão presentes nas suas diferentes doutrinas, refletindo crenças e valores.
Em termos gerais, o excesso é visto como pecado, fonte de sofrimento, falta de autocontrole ou mesmo ignorância, que se diferencia, de acordo com cada doutrina. Da mesma forma, a falta pode estar associada à pobreza espiritual ou material, um desafio que pode ser superado e até considerado uma oportunidade para a prática da compaixão e da generosidade. Para complementar o entendimento, a frase de Jung vem ao encontro:
Quanto mais unilateral, rígida e incondicional for a defesa de um ponto de vista, tanto mais agressivo, hostil e incompatível se tornará o outro, de modo que a princípio a reconciliação tem poucas perspectivas de sucesso.
JUNG, 2013c, §118
É importante sair do padrão unilateral para viver com mais harmonia.
De acordo com vários registros, desde a Grécia antiga os filósofos abordam o excesso e a falta. Aristóteles refletia sobre o excesso como possibilidade de levar o indivíduo ao vício e à ruína. Epicuro defendia a ideia de que o excesso de prazer pode levar ao sofrimento. Kant discutiu o excesso de paixão e desejo. A falta de conhecimento e sabedoria foi discutida por Platão. Sartre argumentava sobre a falta de significado e propósito na vida, Heidegger discutiu a falta de autenticidade e Nietzsche via o excesso como uma fonte de grandeza e de criatividade. De um modo geral, grande parte deles dava ênfase ao equilíbrio como fonte de felicidade, realização, harmonia e sabedoria. Ou seja, é o que o indivíduo busca na sua vida.
Além dos filósofos, muitos escritores famosos ampliaram questões sobre o excesso e a falta.
Num contexto mais atual, Bauman, sociólogo polonês, falecido em 2017, ampliou o tema Modernidade Líquida, via o excesso como uma característica da sociedade que pode resultar em alienação e insatisfação. A sociedade incentiva experimentar tudo, porém quando tudo é possível, nada é suficiente.
O excesso de possibilidades de escolhas também pode gerar a sensação de atraso e intensificar a projeção no futuro pela necessidade de experimentar muitas coisas, resultando em sintomas ansiosos. Para ampliar, Jung citou a enantiodromia, referindo-se ao Heráclito:
O velho Heráclito, que era realmente sábio, descobriu a mais fantástica de todas as leis da psicologia: a função reguladora dos contrários. Deu-lhe o nome de enantiodromia (correr em direção contrária) advertindo que um dia tudo reverte em seu contrário.
JUNG, 2013c, §111
E nesse movimento, fazer escolhas é necessário. Para tanto, escolher envolve fazer opções, investir nelas e deixar outras possibilidades para trás.
Escritores brasileiros de todos os tempos também trouxeram essas questões, como Machado de Assis (1994), com a obra Dom Casmurro, destacando o excesso de ciúme e possessividade. Nelson Rodrigues explorou temas como a paixão, a obsessão e a tragédia, Caio Fernando Abreu adentrou em temas como a identidade, a sexualidade e a cultura e Clarice Lispector, na falta de significado e propósito de vida na condição humana. Em contrapartida, Jorge Amado (2001), aprofundou temas como a justiça social, a cultura e a identidade. Ele nos presenteou com a obra Gabriela, Cravo e Canela, enfatizando a importância do equilíbrio entre a tradição e a modernidade.
De algum modo, no decorrer da vida também fomos marcados pelos poetas, que traduzem em escrita o que geralmente não se consegue dizer.
Em suas obras, Fernando Pessoa aborda a falta como uma oportunidade para a reflexão e nas entrelinhas sugere encontrar o equilíbrio entre a razão e a emoção. Neste sentido, também marcando época por seus inúmeros escritos, Rubem Alves ampliou o excesso de racionalidade e de controle como aspectos que não favorecem ao indivíduo. Considerou a falta como uma oportunidade de reflexão e crescimento e apresentou a ideia de viver uma vida autêntica como ponto de equilíbrio. Como educador apreciado por muitos, destacou-se por escrever com uma abordagem mais sensível, lúdica e conectada à experiência na educação, principalmente em sua obra A Alegria de Ensinar (2000). Pode-se concluir que ambos percebiam a reflexão e o crescimento pessoal necessários para integrar o excesso e a falta.
No dia a dia e principalmente com o uso da inteligência artificial, deparamo-nos com muitas informações sobre todos os assuntos.
Isso também ocorre sobre como educar filhos, cujas orientações nem sempre são condizentes com a realidade. De um modo geral, comparece o excesso de proteção como possibilidade de gerar insegurança e dependência, o excesso de cobrança, que pode se transformar em ansiedade e perfeccionismo e o excesso de estímulos, podendo ocasionar sobrecarga mental e esgotamento. Em contrapartida, a falta de afeto na infância pode interferir no desenvolvimento da autoestima, a falta de limites pode intervir no autocontrole e convívio social e a falta de sentido pode ser a causadora de quadros depressivos e existenciais.
O que serve para determinado contexto, muitas vezes não é adequado para outro.
Os psicólogos e os educadores ajudam a desenvolver habilidades importantes para a vida, que envolvem limites saudáveis, atitudes de moderação, autocontrole e apoio emocional. Para tanto, apontam para a necessidade de uma comunicação que facilite a expressão de sentimentos e a prática da autorreflexão.
No livro Desenvolvimento da Personalidade (2013b), Jung amplia questões sobre a importância da psicologia dos pais e dos professores no processo de crescimento e amadurecimento da criança e na formação de sua personalidade: “Mas a psique individual costuma atingir uma relativa independência apenas após a puberdade, enquanto até aí continua sendo, em grau elevado, joguete dos impulsos e das condições ambientais” (JUNG, 2013b, § 107). Com essa afirmação, ele enfatiza que o processo de educação requer conhecimento, presença, paciência e persistência.
A psicossomática ajuda a promover o entendimento sobre como o excesso e a falta envolvem um processo inconsciente e podem desencadear sintomas.
Dessa forma, geralmente são marcados por emoções e comportamentos alterados em forma de compulsões ou se tornam visíveis pelos sintomas físicos: dor crônica, problemas de sono, alterações no apetite, taquicardia, sudorese, tremores, entre outros. O resgate da harmonia envolve a ampliação da consciência, como afirmou Jung:
O obstáculo represa o rio de sua vida. Sempre que ocorre um represamento da libido, os opostos, antes unidos no fluxo constante da vida, se dividem e se enfrentam como adversários, sedentos de batalha. Esgotam-se, então, numa luta prolongada cuja direção e desfecho são imprevisíveis; mas, da energia que perdem, constrói-se aquela terceira coisa que é o começo de um caminho novo.
JUNG, 2014, §133
Nos inúmeros escritos de Jung, encontram-se muitas frases que ampliam o entendimento do excesso, falta e a integração dos opostos.
Dessa forma, pode-se afirmar que o excesso de valorização de um aspecto em detrimento de outro – racionalidade, controle, inflação do ego, compulsão – assim como a falta de consciência da sombra, da conexão com a alma e com o mundo, geralmente caracterizada por aspectos ansiosos e reprimidos, pode gerar sofrimentos e uma vida sem sentido. Para tanto, é sábio entregar-se ao processo de individuação, que possibilita a integração dos opostos luz e sombra, bem e mal, razão e emoção, saudável e doentio, entre outros. Ou seja, processo esse que permite a integração do inconsciente com a consciência, em conexão com o Self.
Assim, é possível tornar-se um indivíduo com maior harmonia psíquica, que pode ser alcançada pelo processo de análise, com associação de palavras, ampliação de sonhos e imaginação ativa, dialogando com imagens e símbolos do inconsciente, como disse Jung:
É sobretudo a atividade criativa donde provêm as respostas a todas as questões passíveis de resposta; é a mãe de todas as possibilidades onde o mundo interior e exterior forma uma unidade viva, como todos os opostos psicológicos.
JUNG, 2014, § 73
Ainda, o processo de análise promove o autoconhecimento, tornando conscientes os aspectos numinosos e os que podem ser melhorados. A autoestima comparece, auxilia o indivíduo a estabelecer limites para si e para os outros e melhora a sua convivência com o entorno relacional. Consequentemente, a autonomia o beneficia com escolhas mais assertivas.
Vale lembrar que a integração dos opostos excesso e falta é um processo contínuo, que exige determinação, persistência e um olhar para dentro, como Jung apresenta no Livro Vermelho:
Quando olhais para fora de vós, vedes a mata ao longe e as montanhas e para além disso vosso olhar sobe para espaços siderais. Mas quando olhais para dentro de vós, vedes novamente o que está perto, longe e infinito, pois o mundo interior é tão infinito quanto o mundo exterior.
JUNG, 2015, p. 205
A saída criativa é olhar para dentro, realizar movimentos pendulares, flexíveis e harmônicos e com um propósito de vida, alcançando aquilo que o mundo precisa e o que aquece a alma. É uma complexidade que pode ser ressignificada pelo autoconhecimento, transformando o sofrimento em harmonia psíquica.
Claci Maria Strieder – Membro Analista IJEP
Waldemar Magaldi Filho – Analista Didata IJEP
Fontes de Consulta:
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