Ter alguém com câncer em nossa família é sempre muito difícil. Além de entender nossos próprios medos e incertezas, temos que educar outras pessoas que ainda desconhecem os avanços atuais dos tratamentos.
Para melhor ajudar a pessoa querida que esteja adoentada neste momento, é muito importante que o familiar busque apoio e um espaço para expressar sentimentos. É comum sentir que nossa vida foi revirada, nossa rotina não é mais a mesma e temos que assumir novos encargos e papeis dentro da família. E acontece que muitas vezes nos sentimos exaustos, impotentes, frustrados, preocupados e até mesmo com medo do nosso próprio adoecimento. E tudo isto atrapalha nossa relação com o doente.
Receber o diagnóstico de câncer é entrar em uma jornada que assusta, mas que também pode ser um tempo de crescimento e aprofundamento dos nossos sentimentos e das nossas relações dentro da família. Para facilitar esse processo, veja algumas orientações:
- Ouça e siga o seu próprio coração, ampliando sua razão amorosa. Isto ajudará a alcançar equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual.
- Cuidar das próprias expectativas. Estimule sua plena atenção no aqui e agora. Este é momento mais importante da sua vida, por isto é chamado de “presente”.
- Atenção com o seu próprio corpo. Cuidados com a alimentação, beba muita água, tome banhos de luz, saia ao sol. Pratique exercícios físicos, visualização ou meditação, sempre que possível.
- Perceba quanto se doar ou o quanto está se forçando. O cansaço traz muita irritabilidade e depois nos sentimos culpados. Às vezes, é preciso ter humildade para pedir ajuda para mais alguém da família e admitir o quanto estamos cansados.
- Tente identificar seus sentimentos. Aquilo que identificamos temos possibilidades de controlar.
- Não deixe a doença tomar conta de toda a sua vida, nem do seu familiar. Há tanta coisa saudável para viver. Reserve momentos para o lazer, passeios, troca afetiva e bom humor.
- Busque apoio psicoterápico para suas dificuldades ou apenas para alívio. É muito bom podermos conversar com alguém que nos entenda.
E quando se trata de crianças…
Quando o doente é uma criança podemos ficar ainda mais vulneráveis e estressados. Pior ainda é nos sentirmos culpados e divididos quando temos outros filhos pequenos que exigem nossa atenção. Muitas vezes questionamos se o aparecimento da doença foi algo que fizemos ou deixamos de fazer, nos sentimentos culpados e raivosos. Mas logo lembramos que o câncer tem muitas causas, pode aparecer em qualquer pessoa, em qualquer e que cada vez mais aparecem recursos para o tratamento e cura do câncer infantil. Mais importante do que ficar buscando explicações, é mantermos nossa esperança, fé e tranquilidade para ajudarmos aos outros membros da família a passarem por esta fase.
Mestre Rita de Cassia Macieira
Coordenadora do Curso de Psicologia Integrativa Transpessoal do
IJEP www.ijep.com.br