Browsing: Arteterapia e Expressões Criativas

Este artigo tem como proposta uma reflexão sobre o valor e a importância das mãos no processo de arteterapia. Esta parte do corpo humano tem uma simbologia muito rica e significativa, como instrumento humano de construção e de realização da vida humana e como símbolo sagrado de redenção e elevação. A mão materializa por meio dos materiais plásticos de expressão artística as imagens provenientes de nosso mundo inconsciente proporcionando assim um diálogo entre consciência e inconsciência, mais livre de projeções e de defesas do que nosso processo racional consciente.

Neste artigo proponho uma ampliação simbólica do princípio taoísta conhecido como Wu Wei. De maneira reduzida, a expressão é comumente traduzida como “não ação”, mas veremos que essa explicação, apesar de não estar errada, é insuficiente para englobar o princípio psicológico que ela trás. C. G. Jung utilizou essa mesma expressão em vários momentos de sua obra depois de entrar em contato com essa ideia no texto taoísta O segredo da flor de ouro, por isso, para estudiosos da obra junguiana, é importante dar atenção ao tema.

Arte ou loucura? Difícil dizer quando se está na frente de uma peça produzida por Bispo do Rosário. Nascido em 1911 em Sergipe, ele se mudou para o Rio de Janeiro, onde em 1938 teve seu primeiro surto psicótico. Foi diagnosticado como esquizofrênico paranoico. Entre 1940 e 1960, alternou períodos de internação e de moradia em outros lugares até se internar na Colônia Juliano Moreira em 1964, onde ficou até morrer em 1989. Talvez a resposta seja uma arte divinamente louca. No melhor sentido. Boa leitura!

“As fotos criam o belo e – ao longo de gerações de fotógrafos – o esgotam” Suzan Sontag Uma foto, um instante, uma situação de experiência que envolve toda uma família, um indivíduo, um evento. O que revela uma foto? Revela o que é visível: todo o ambiente fotografado, incluindo pessoas, coisas, animais, elementos de um tempo que ali se eterniza quase como um documento ou registro histórico. Mas também desvela o não visível: as ausências, os humores, padrões de repetições, objetos não percebidos, aspectos não considerados, elementos que só podem ser constatados quando o tempo, generosamente, nos dá a distância necessária para que a experiência possa oferecer uma nova forma de compreender a situação.

Ponto de vista, ponto de encontro, ponto com, ponto br, ponto de partida ou de chegada, dê um ponto final nesta história, você chegou ao ponto em que eu queria, a equipe fez 40 pontos neste campeonato… Você já colocou reparo no quanto a palavra ponto está em nossa linguagem costumeiramente? Usada como expressão ou literalmente, dificilmente não é usada ao longo do dia.

Contos de Fada são registros imateriais da humanidade, relatando “as contabilidades do destino” da humanidade diante das várias temáticas existenciais. Os contos de Fada, assim como os mitos e as religiões são núcleos arquetípicos que nos conectam com toda a ancestralidade, ou seja, o inconsciente coletivo presente em todos nós!

A linguagem do inconsciente é a linguagem dos símbolos. Ao analisarmos o desenho como manifestação do inconsciente, estaremos nos prontificando para a conscientização dos conteúdos ali demonstrados simbolicamente. Buscamos, desta forma, perceber e utilizar o desenho como poderosa ferramenta que favorece o processo de individuação.

Minha intenção, com o termo: “Marionetes do Self”, é possibilitar aos analisandos, por meio deste recurso expressivo e criativo, a conscientização da existência do inconsciente, e dos vários “personagens” que habitam nele, muitas vezes interferindo naquilo que imaginamos ser a nossa realidade. Vale lembrar que 80% dos indivíduos nem sabem da existência do inconsciente, e de sua importância e influência no destino humano. Infelizmente, a maioria que o reconhece, tem a ilusão pretensiosa de controla-lo, com técnicas comportamentais e ou racionais. Acredito que grande parte da nossa atuação “consciente” acontece de forma automática, repetitiva e irrefletida, porque os conteúdos inconscientes, como complexos, sombra, condicionamentos, entre outros, são expressos por meio do Self, que é o verdadeiro marionetista ou titereiro, que domina os vários personagens, fantoches, autômatos ou marionetes, muitas vezes representados por imagens arquetípicas unilaterais, com movimentos e vozes próprias, anárquicas, independentes, conflituosas e autônomas, atuando com liberdade e revelia, deixando o Ego absolutamente rendido.