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Logo após Jung estudar sua arvore genealógica colocou em dúvida o caminho que sua vida tomou, se estava realmente vivendo sua vida ou se estava respondendo a algo que foi negligenciado por parte de sua família. Este questionamento que Jung se fez nos oferece um caminho para lidar com o mesmo problema que surge na experiencia humana observada no consultório. Isso nos traz a seguinte questão: O que este individuo está vivenciando é algo pessoal ou do coletivo familiar? São questões como essas que este artigo reflete.

Mudanças no coração dos estudos junguianos, o C. G. Institute de Zurique, na Suíça, mostram a tendência ao incentivo da pesquisa em Psicologia Analítica. E apontam o uso de instrumentos como o HoNOS (Health of the Nation Outcome Scale), do Royal College of Psychiatrists, do Reino Unido, para apoiar os terapeutas na condução de seus pacientes

Omulu ou Obaluaê são os nomes do orixá do Candomblé que é o senhor da peste, da varíola, das doenças infectocontagiosas, das epidemias. É o conhecedor dos mistérios da doença, assim como de sua cura. Este orixá se apresenta usando uma roupa feita de palha que lhe cobre da cabeça aos pés para esconder suas cicatrizes. Este artigo pretende correlacionar o mito de Omulu ao arquétipo do curador ferido, que se constela em cada médico, terapeuta, ou profissional da saúde que se dedique ao cuidado do paciente.

O objetivo deste artigo é trazer uma reflexão sobre o autoconhecimento e a psicologia analítica. Este é um termo tão utilizado atualmente, em todos os locais e fóruns que participamos, que me pergunto se sabemos mesmo do que estamos falando. Você tem que se conhecer para: emagrecer, viajar, arrumar emprego, ler um livro etc. Preenchemos os mais diversos inventários e esses sabem mais a nosso respeito do que nós mesmos sabemos. O mundo está cheio de fórmulas mágicas. Mas é tão fácil assim mesmo? De onde vem tantas receitas simples e ao mesmo tempo tanta dificuldade de sabermos quem somos.

A projeção é um dos mecanismos mais intrigantes da psique. Ao mesmo tempo que é um mecanismo defesa do ego, como já explicava Freud, é um mecanismo que confere sentido e significado aos conteúdos internos representados no mundo externo, conforme nos ensinou Jung. Mas é também via projeção que experimentamos nossos preconceitos de cada dia. Nosso convite com esta leitura é para revermos o lugar dessas projeções e criarmos novas possibilidades de lidar com elas, que não apenas no mundo externo.

Qual meu lugar no mundo? Que corpo é esse? Que humanos somos nós nesse mundo desalmado? Será que carrego em mim recursos para trilhar essa jornada? Que recursos posso buscar nesse caminho? Essas são perguntas que muitos de nós fazemos no dia a dia, e que serão ampliadas neste artigo.

Existem várias maneiras de se pensar sobre a relação professor- aluno, tudo depende de como o professor se conhece e como ele atua diante de seus alunos. Neste presente artigo abordo essa relação dentro da Psicologia Analítica, como um instrumento facilitador da compreensão do processo de desenvolvimento da nossa psique. Muitas de nossas escolas têm procurado fazer com que as crianças se recolham, tolhendo sua criatividade e seu processo simbólico. Cabe aos nossos educadores atuarem no movimento oposto, libertando os instintos da criança corajosa e capaz de ultrapassar seus próprios limites.

Vivemos há algum tempo em uma situação de ausência de corporeidade nas relações que, apesar de agravada pela pandemia, já era um reflexo de um estilo de vida bastante difundido na sociedade pós-moderna e contemporânea. Somamos aos paradigmas sociais, políticos e econômicos da sociedade contemporânea neoliberal, as inovações tecnológicas, e o que acabamos por testemunhar é uma dificuldade nas relações objetais e no estabelecimento de laços. Já há tempos, nosso imaginário se deixa levar por enredos ficcionais onde uma “era digital ou robótica”, enaltecida e temida, destila todo seu poder onipotente de desmaterialização e desumanização. Mas, aparentemente, alguns desses enredos se tornaram uma realidade.

Em vários momentos de sua obra Jung deixa claro a importância de encarar e vivenciar de frente as experiências de sofrimento que a vida nos apresenta. Este pathos, pode ser terreno fértil para novas possibilidades de crescimento e desenvolvimento psicológico. Muitas histórias de sofrimento foram vividas nesta pandemia, ainda mais por aqueles que passaram pela contaminação do COVID-19 e sobreviveram. Da farra dos complexos ao silêncio criativo, foi uma destas histórias, um percurso compartilhado em forma de artigo.