Browsing: Teoria de Carl Gustav Jung

Será que existe vida sem sofrimento? Somos direcionados para ter segurança, certezas, conforto, alegrias e muito prazer, mas parece que isso acontece para bem poucas pessoas e, geralmente, não é perene. Além disso, só podemos conhecer o prazer porque existe a dor, e isso vale para os demais desejos. Refletir a respeito do sofrimento, suas causas e razões é o que pretende este ensaio.

Sem foco e disciplina jamais conseguiremos alcançar a realização do si-mesmo, cumprindo o processo de individuação, mesmo quando sabemos que este é o chamado da alma e queremos nos entregar para ele. Neste ensaio é refletido os motivos da procrastinação e distração do si-mesmo.

É necessário diferenciarmos o fato de uma pessoa lutar para conquistar algum objeto de desejo ou lutar para alcançar seus ideais, quando feito com respeito e ética humana e ecológica, da inveja que é uma doença psicoafetiva altamente destrutiva devido seu acentuado estado de egocentrismo.

Este artigo contempla a experiencia clínica e didática do Dr. Waldemar Magaldi, sócio fundador do IJEP, integrando e ampliando algumas contribuições seminais do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, presentes em seu livro “A Prática da Psicoterapia”, integrando-as com o conflito contemporâneo em que o patriarcado, ainda dominante, está reagindo de todas as formas para se manter no poder, interditando que o dinamismo da alteridade seja a nova ética social. Para enfrentarmos isso é necessário que homens e mulheres reconheçam que, inconscientemente, retroalimentam o machismo hierarquizante, excludente, territorialista, patrimonialista, violento, sectário e abusivo, que só agrava as desigualdades.

Este artigo trabalha a gravura Montanha dos Adeptos da Alquimia, percorrendo por todas as etapas evolutivas da jornada do autoconhecimento, no contínuo caminho do Solve e Coagula, levando o iniciado da Nigredo para a Albedo e desta para a Rubedo, visando a redenção do corpo e integração da alma, associado a analogia do ciclo existencial da borboleta e o caminho de morte como realização da vida.

Este artigo aborda a esperança como empecilho para o processo evolutivo, possibilitando reflexão crítica para esse momento que a humanidade, e mais especificamente o Brasil, está atravessando, diante dos vários riscos socioambientais, psicológicos e humanos, neste cenário de anestesia e inércia da população, onde a minoria fica covardemente acomodada em suas gaiolas douradas, e a maioria, igualmente acomodada, na esperança de um dia terem suas gaiolas.
Waldemar Magaldi Filho, analista didata do IJEP – Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa.

Infelizmente, ainda vemos muitos analistas junguianos tomados pelo medo da transferência no contexto psicoterapêutico, empoleirados em suas gaiolas douradas, defendidos com títulos e teorias, apesar de estarem sofrendo, por serem incapazes para o encontro entre almas, que é libertador e curador. Acredito que a razão para isso deve ser a tentativa de institucionalização do fazer da alma, onde os conselhos de classe ou entidades de formação tentam formalizar, regular e limitar essa relação única, que deveria ser livre, expressiva e criativa, num ambiente seguro e amoroso. Outra possibilidade para esse desastre relacional, que replica o atual momento de vazio e liquidez, deve ser pela influência da psicanálise freudiana, ainda presente no universo da Psicologia, que patologiza a transferência e/ou do atual modelo desta medicina da sociedade de consumo, que mercantilizou e expropriou a saúde da vida cotidiana, impondo padrões de controle e segurança, com protocolos e registros para a relação humana entre médico e paciente.