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Este artigo propõe refletir sobre a simbiose família/mãe/filho e o distanciamento necessário entre eles para o filho ganhar sua autonomia…
A metanóia pode ser compreendida como uma crise de transição, que envolve aquilo que vai além da razão e que…
A arte nos revela. Muito além das questões estéticas, ela evidencia aspectos da consciência e o inconsciente do artista, além do inconsciente coletivo do Espírito da Época. Ao observarmos com atenção, percebemos que existem inúmeras projeções de animus em diferentes formas de arte. Para conseguirmos apreender as imagens arquetípicas projetadas na arte pelo animus, é importante alinharmos este conceito conforme a Psicologia Analítica.
Uma das belezas que a Psicologia Analítica nos proporciona é mudança na forma de olhar, sentir e perceber a vida. Por trás de cada processo, dor e história existe uma infinidade de símbolos que permitem profundos aprendizados e que, quando ampliados, geram saltos de consciência.
Símbolos estes que conversam conosco a todo tempo, sejam na forma de sonhos, imagens, arte…
Este artigo é um convite para olhar a arte sob lentes junguianas, ou seja, como símbolos prenhes de imagens arquetípicas que nos afetam: como a arte nos revela, o que podemos descobrir sobre nós, as projeções inconscientes, sua universalidade e o que acontece com o artista ao produzir uma obra. Pois, como lindamente disse Ferreira Goullart, “a arte existe porque a vida não basta”.
Psicopatas são charmosos, simpáticos, engraçados, envolventes e sempre possuem boas histórias. Diferentemente do que pensa a crença popular, a maioria dos psicopatas não são assassinos e sim pessoas que convivem entre nós.
Imoral é desistir de si mesmo – (Clarice Lispector) Sob a ótica junguiana a relação entre o indivíduo e a massa – o coletivo de humanos ainda indiferenciados – nem sempre é harmônica. Muito pelo contrário, o mais comum é os interesses, metas e objetivos de individuação incomodarem à massa que pode se caracterizar até mesmo como uma força de oposição ao processo de individuação. Carotenuto (1994) discute essa situação sob a ótica junguiana nos capítulos finais daquele seu texto e propõe caber ao indivíduo os passos necessários para sua diferenciação. De acordo com Jung, a atitude ética é essencial para um posicionamento adequado e responsável em face de si mesmo, da coletividade e da Vida, de modo tal que o viver leve à individuação.
Prateleiras de super-mercados abarrotadas. Vastas áreas em reluzentes shopping centers lançando apelos ao consumo… Consumo e mais consumo, sempre acenado como viabilizado por sorridentes anunciantes de cartões de crédito. Autonomia. O mundo da fartura sem compromisso com a origem dos produtos, com a remuneração de quem os fabricou, transportou, de quem os está vendendo. Nem com os resíduos produzidos no processo. Engajamento total na compra de uma imagem. A construção de uma persona de aparência feliz e integrada ao mundo hiperdigital em que vivemos. E tudo tão fácil, tão aparentemente ao alcance das mãos, de um gesto. De um clique. As dívidas e dúvidas… Ficam para amanhã. Vamos a qualquer lugar com um piscar de olhos, com um telefonema, com a consulta a um site na internet.
“Encanta-me essa ideia de que apenas desistindo de sermos o centro do mundo e de nossa própria vida somos capazes de experimentar a verdadeira doçura de Deus e da vida”. (Pondé, 2018)
Para além da compreensão do mito de Sísifo como questão da repetição infinita que leva e evidencia o trabalho sem sentido e discute a questão do sentido da vida ou da falta dele, este artigo quer convidar o leitor a prestar atenção em uma outra possibilidade. Como já se sabe, o mito nunca se esgota e de forma alguma possui apenas um sentido, mas como diamante possui várias facetas e todos elas constituem a intensidade e o valor do seu brilho.
Medicalização poder ser vista como uma atitude, maneira de ver, viver e se conduzir em que o que não corresponde ao padrão esperado (normal, saudável etc.) é julgado como uma doença no indivíduo, que precisa ser evitado, prevenido, tratado e curado: problema médico. Disto decorre o termo “medicalização” que não ser reduz, exclusivamente, a prescrição de medicações literalmente falando, mas do olhar que transforma em doença médica tudo que é vivido como erado, ruim, moralmente reprovável etc. Por exemplo: se toda dor de cabeça for vista como uma cefaleia ela deverá ser investigada, cuidada, tratada dentro de protocolos médicos. Ela será submetida a linguagem e a todos os procedimentos médicos.
“(…) é algo de grande e misterioso o que designamos por ‘personalidade(…)” (JUNG, 2013a, §312)
Este artigo apresenta uma reflexão inspirada no texto traduzido como “Da formação da personalidade” publicado no Volume VII da Obras completas de C.G. Jung. (JUNG, 2013a, p.178)
A narrativa, de forma interessante, não começa definindo ou conceituando o que se quer dizer com “personalidade”, mas enfatizando sua importância através de um verso de Goethe. Segue afirmando uma “opinião” de quão forte são os desejos de desenvolver a totalidade do ser humano – “à qual se dá o nome de personalidade” (JUNG, 2013a, p.178) itálico do autor. “Se dá o nome” não é a mesma coisa do que dizer que é! Ou seja, pode-se entender que Jung aproxima-se do tema falando dos discursos sobre este e não afirmando positivamente sua literalidade.