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Nos tempos contemporâneos cada vez mais se discute a importância do autoconhecimento para o bem-estar e a qualidade de vida.…
Jung destaca que as mandalas aparecem geralmente em estado de dissociação psíquica ou desorientação e funcionam como meios da psique na busca de integração. Na arteterapia, as mandalas são utilizadas como instrumento para promover o autoconhecimento e a transformação pessoal para a cura interior. Como ferramenta terapêutica, a mandala caracteriza-se pela formação de imagens circulares que podem ser desenhadas, pintadas, construídas plasticamente ou dançadas.
No processo arteterapêutico sempre nos defrontamos com um mistério: para onde estamos indo com este processo? Nesse artigo discorro sobre o quão importante é embarcarmos nesse mistério, de uma viagem sem destino certo. Como é importante observar o cliente e se observar, como arteterapeuta, diante da expressão criativa. Convido você a uma viagem que vivi enquanto escrevia este artigo.
“O poeta Ferreira Gullar disse que “a arte existe porque a vida não basta”.
O ritmo acelerado do fluxo da vida faz com que sejamos diariamente desafiados a lidar com inúmeras frustrações: boletos para pagar, filhos para educar, trânsito complicado, ônibus lotado. Por isso, não é raro sentirmos vontade de pequenos momentos para aliviar a dor. São nestes momentos que comumente recorremos à arte.
A forma que a psicologia analítica lida com a arte pede atenção, pois não devemos nos limitar aos critérios estéticos da obra e sim criar um diálogo com a abrangência psíquica.
Isso quer dizer que, para ele, a arte não é apenas expressão da consciência do artista, está muito além. Ao desenvolver uma obra, existe um pano de fundo inconsciente que permanece ativo e que são revelados pelas influências sobre os conteúdos da consciência. Jung (OC 15, §107) fala que “a verdadeira obra de arte tem inclusive um sentido especial no fato de poder se libertar das estreitezas e dificuldades insuperáveis de tudo o que seja pessoal, elevando-se para além do efêmero do apenas pessoal.”
Neste artigo trago a possibilidade de compreender psique e matéria como uma unidade a partir do caminho vislumbrado por Jung e explorado mais a fundo por von Franz, em que o mundo arquetípico dos números naturais seriam a chave para esse entendimento.
Em tempos de mídias sociais as dinâmicas do desejo e da atração ficaram mais escancaradas. Pessoas estão expostas em vitrines virtuais em suas buscas por parceiros e dessa forma ficam mais óbvios padrões que talvez pudessem passar desapercebidos. Um dos padrões que pode ser percebido na dinâmica entre homens gays é a de supervalorização da masculinidade.
Todos conhecem a lenda do lobisomem. Todos sabem que quem foi mordido por um monstro se transforma na lua cheia. Mas já se perguntaram se é lenda mesmo ou se existem em algum lugar. E se existem, já pesaram por onde eles andam na lua nova ? É a essas perguntas e a outra mais importante ainda: qual poderia ser o significado do mito do lobisomem e qual seria sua relevância para os dias atuais, que tentaremos responder neste artigo, aprofundando um pouco a história e a simbologia dessa lenda mais conhecida do grande público que a mitologia grega.
Em 1990, durante o breve período que passei no Centro de Pesquisa Teatral de Antunes Filho, na cidade de São Paulo, fui apresentada à obra de C. G. Jung, Mircea Eliade, Joseph Campbel, Marie Louise Von Franz, Fritjof Capra, dentre outros. Antunes passava uma vasta bibliografia para seus alunos-atores que tinha a ver com tudo de extremamente importante, mas não tinha na lista inicial um livro sequer de teatro. Só isso já me intrigou na época e fato é que nunca mais esqueci o que vi e ouvi lá. E nunca mais vivi sem a companhia de algum escrito de Jung. Esse artigo é uma homenagem a esse encontro.
Neste artigo proponho uma ampliação simbólica do princípio taoísta conhecido como Wu Wei. De maneira reduzida, a expressão é comumente traduzida como “não ação”, mas veremos que essa explicação, apesar de não estar errada, é insuficiente para englobar o princípio psicológico que ela trás. C. G. Jung utilizou essa mesma expressão em vários momentos de sua obra depois de entrar em contato com essa ideia no texto taoísta O segredo da flor de ouro, por isso, para estudiosos da obra junguiana, é importante dar atenção ao tema.
Arte ou loucura? Difícil dizer quando se está na frente de uma peça produzida por Bispo do Rosário. Nascido em 1911 em Sergipe, ele se mudou para o Rio de Janeiro, onde em 1938 teve seu primeiro surto psicótico. Foi diagnosticado como esquizofrênico paranoico. Entre 1940 e 1960, alternou períodos de internação e de moradia em outros lugares até se internar na Colônia Juliano Moreira em 1964, onde ficou até morrer em 1989. Talvez a resposta seja uma arte divinamente louca. No melhor sentido. Boa leitura!