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Será que existe vida sem sofrimento? Somos direcionados para ter segurança, certezas, conforto, alegrias e muito prazer, mas parece que isso acontece para bem poucas pessoas e, geralmente, não é perene. Além disso, só podemos conhecer o prazer porque existe a dor, e isso vale para os demais desejos. Refletir a respeito do sofrimento, suas causas e razões é o que pretende este ensaio.

Minha intenção, com o termo: “Marionetes do Self”, é possibilitar aos analisandos, por meio deste recurso expressivo e criativo, a conscientização da existência do inconsciente, e dos vários “personagens” que habitam nele, muitas vezes interferindo naquilo que imaginamos ser a nossa realidade. Vale lembrar que 80% dos indivíduos nem sabem da existência do inconsciente, e de sua importância e influência no destino humano. Infelizmente, a maioria que o reconhece, tem a ilusão pretensiosa de controla-lo, com técnicas comportamentais e ou racionais. Acredito que grande parte da nossa atuação “consciente” acontece de forma automática, repetitiva e irrefletida, porque os conteúdos inconscientes, como complexos, sombra, condicionamentos, entre outros, são expressos por meio do Self, que é o verdadeiro marionetista ou titereiro, que domina os vários personagens, fantoches, autômatos ou marionetes, muitas vezes representados por imagens arquetípicas unilaterais, com movimentos e vozes próprias, anárquicas, independentes, conflituosas e autônomas, atuando com liberdade e revelia, deixando o Ego absolutamente rendido.

O trabalho da Arteterapia tem como objetivo estimular e capacitar a potencialidade criativa das pessoas, por meio de técnicas menos racionais, despertando disposições expressivas não verbais, além de utilizar as expressões criativas de forma psicoterapêutica, possibilitando a simbolização das intercorrências geradoras de sofrimento e a superação das crises, permitindo caminhos transformadores para a saúde biopsicossocial e espiritual. Por isso, a Arteterapia é uma excelente ferramenta no processo da Psicologia Analítica, que visa a simbolização dos sintomas físicos, relacionais, laborais, familiares, sociais e até espirituais, facilitando o engajamento consciente do ego ao processo de individuação, que equivale ao alinhamento com o sentido e o significado existencial, respeitando a condição única, complexa e criativa de cada indivíduo.

Este artigo trabalha a gravura Montanha dos Adeptos da Alquimia, percorrendo por todas as etapas evolutivas da jornada do autoconhecimento, no contínuo caminho do Solve e Coagula, levando o iniciado da Nigredo para a Albedo e desta para a Rubedo, visando a redenção do corpo e integração da alma, associado a analogia do ciclo existencial da borboleta e o caminho de morte como realização da vida.

Este artigo reflete a respeito do ditado popular: “A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”, com intuito de promover o autoconhecimento, à luz da Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung, neste contexto cultural, onde o materialismo e o imediatismo hedônico e inconsequente estão imperando.

Este artigo aborda o quanto que a maioria dos psiquiatrias estão submetidos aos interesses desta medicina da sociedade de consumo abandonando, cada vez mais, a alma para louvarem os psicofármacos, estimulando o consumo exagerado de medicamentos psicotrópicos para “normatizar” a atividade mental, o comportamento e a percepção dos seus pacientes!

O que é arte?  O dicionário Houaiss utiliza-se de vinte e duas acepções vernaculares para tentar aclarar o conceito de arte, uma delas é: “produção consciente de obras, formas ou objetos, voltada para a concretização de um ideal de beleza e harmonia ou para a expressão da subjetividade humana”. Embora de definição complexa, principalmente na contemporaneidade, fato é que o homem sempre se expressou através da arte. Vários filósofos já decantaram seu amor e prestígio por ela. Arthur Schopenhauer via na arte, na compaixão e no ascetismo as únicas saídas do homem para a miséria da vida e sua falta de sentido. Nietzsche e Sartre, claramente influenciados por aquele filósofo, também vislumbravam na arte a possibilidade de penetração mais profunda na alma humana, produzindo subjetividades que salvariam o homem do enquadramento rasteiro e massificado da vida. Freud citava os poetas que, segundo ele, podiam traduzir o intraduzível; penetrar enigmas que a consciência só de longe se aproximava; trazer à luz compreensões e profundidades psicológicas só acessíveis à poesia.