Na visão junguiana, símbolo é a melhor representação possível de alguma coisa que jamais poderá ser conhecida plenamente. No entanto, isso não significa que não possamos estudar um símbolo, buscar entender como ele se relaciona com o mundo ao nosso redor e com nós mesmos, mesmo sabendo que nossa tarefa nunca será completa. Nesse ensaio busco exatamente isso, costurar fatos e visões sobre um símbolo, o armário, mas não qualquer armário, o armário LGBTQIA+, aquele que fala de uma certa vergonha e de um certo orgulho. Não espero aqui esgotar o que pode ser dito sobre o tema, nem contemplar todas as possibilidades e vivências possíveis nesse universo. Mas espero ampliar a visão sobre um símbolo que dá conta de uma vivência muito particular das minorias de gênero e sexualidade.
Podemos começar buscando a origem desse símbolo, de como começamos a usar o termo armário para nos referirmos à condição de uma sexualidade ou identidade de gênero que não tornamos pública, que é vivida de maneira escondida.
Podemos começar buscando a origem desse símbolo, de como começamos a usar o termo armário para nos referirmos à condição de uma sexualidade ou identidade de gênero que não tornamos pública, que é vivida de maneira escondida.
O termo “sair do armário” surge nos Estados Unidos, e parece ter se popularizado apenas após a década de 60.
O termo original “to come out of the closet” foi formado a partir de duas outras expressões.
A primeira, “to come out” diz respeito àquilo que no Brasil conhecemos por debutar: uma espécie de iniciação social de uma mulher jovem à vida adulta, a festa no qual uma moça jovem é apresentada à sociedade (e a candidatos a marido). Na década de 30 nos EUA, homossexuais começaram a usar o termo (to come out) como uma referência para entrar no mundo social gay. A princípio esse debut se dava com os pares, e por vezes numa festa. Era um marco de entrada num mundo social específico frequentado por pessoas homossexuais.
A segunda parte da expressão parece ter vindo de uma outra expressão idiomática da língua inglesa “to have a skeleton in the closet”. Literalmente “ter um esqueleto no armário” que significa ter um segredo embaraçoso ou um fato escondido sobre a própria vida, que pode ferir sua reputação caso revelado. Como para a maioria a homossexualidade era vivida como uma vergonha, essa era um “skeleton in the closet”, algo a ser escondido.
Eventualmente as duas expressões se fundiram no termo que conhecemos hoje “to come out of the closet”. Que, pelo capricho da tradução, no Brasil tornou-se sair do armário.
A força que o pensamento pró-direitos dos homossexuais ganhou nos EUA pós-Stonewall acabou por exportar a expressão que acabou se popularizando não só em português, mas também em espanhol e francês. Se olharmos para a origem dessa expressão percebemos algo que é muito comum em símbolos: a ambiguidade. A expressão surge de um elemento festivo, de aceitação, de orgulho (o debutar), e de um elemento de vergonha (o armário com seus esqueletos). E é exatamente entre esses polos que pendula a experiência de sair do armário da maioria das pessoas LGBTQIA+.
No entanto, essa é uma análise de uma dimensão social do símbolo, coletiva. Precisamos entender melhor como é a vivência individual dos eventos que esse símbolo representa. E para a pessoa LGBTQIA+ o armário não surge dessa ambiguidade, mas sim do polo da vergonha.
Armários não surgem do nada
Para o filósofo francês Didier Eribon, a injúria é um elemento marcante da vivência dos homossexuais (e aqui estendo esse entendimento aos demais grupos LGBTQIA+). E é exatamente a injúria que costuma ser a razão pela qual o armário surge na vida de alguém.
O armário não é um evento natural. É a consequência de ser desviante numa sociedade que tem em si papéis de gênero e sexualidade muito bem estruturados. Normas que dizem o que pode e o que não pode ser vivido e expresso. E mais que isso, como tratar aqueles que violam tais normas.
Desde muito cedo, todos somos ensinados formas “corretas” de ser em relação ao nosso gênero, a respeito de quem somos e como devemos nos portar.
E eventualmente também descobrimos que, quando pisamos fora da linha, há consequências, muitas vezes violentas. Frequentemente, é dentro de casa que primeiro a criança se entende “errada” no seu jeito de ser. É o menino que gosta de coisas de menina – que é afeminado – ou a menina que só quer brincar com os meninos – que não é uma princesinha. Na escola, a punição por sair da norma se repete: meninos devem se portar de um jeito, meninas de outro! Na igreja, entre os amigos da vizinhança, com a família extensa, em vários momentos somos lembrados que ser menino e ser menina tem norma.
Para a maioria não haverá grandes problemas em se adequar a tais normas, excluir certos comportamentos, certos gostos, acontece quase sem custos, e a criança segue a diante. Mas para uma minoria, parece que há algo que as perturba. Abrir mão de seu jeito de ser “fora da norma” parece custar mais caro, o entendimento que há coisas de si que é necessário esconder desesperadamente do mundo surge cedo demais. Nas interações sociais aparece um lugar angustiado: é o armário nascendo.
À medida que a criança cresce e torna-se adolescente, o armário cresce e se transforma com ela.
Com a chegada da puberdade, surge o desejo sexual e o adolescente começa a ser confrontado com o fato de que as normas de gênero que ele vinha aprendendo desde a infância não diziam respeito apenas a como ele deveria se comportar, mas também a com quem e como ele deveria se relacionar. Mais uma vez, para a maioria, não haverá problemas em viver dentro da norma, o desejo fluirá facilmente rumo à heterossexualidade e a vida seguirá.
Mas para uma minoria, algo de perturbador será vivido.
Alguns perceberão que seu desejo não está no sexo oposto, mas sim no mesmo sexo. Outros descobrirão que, apesar de desejarem pessoas do sexo oposto, também desejam pessoas do mesmo sexo. Outros descobrirão (ou talvez só percebam com mais clareza) que não se identificam com o gênero de nascimento. Outros se sentirão extremamente desconfortáveis em se colocar dentro das normas de gênero vigentes. Alguns até sentirão apatia em relação a qualquer dinâmica sexual. É para esses que o armário surgirá. Não como opção, mas como necessidade.
Como já disse antes, fora das normas sociais de gênero e sexualidade há consequências claras (e violentas). Para evitar tais consequências o jovem se esconde no armário. E mais uma vez, fica clara como o armário é algo ambíguo. É um local que garante (ou ao menos tenta garantir) uma certa segurança nas relações sociais. Mas é também uma prisão em que não se pode habitar o mundo de maneira mais espontânea e alinhada com a própria interioridade.
Esconder-se no armário é uma maneira de garantir uma convivência tranquila na própria casa e com a família. É uma forma de não sofrer bullying na escola, de não ser perseguido no trabalho. Uma forma de ser aceito na igreja. Uma forma de ter um lugar entre os amigos, de viver sem lidar com uma série de coisas que não são fáceis de lidar, ainda mais na juventude.
Mas tal segurança vem a um custo elevado: a fidelidade a si próprio.
Dentro do armário uma pessoa não pode viver seus desejos, ou se os vive, o faz nas sombras, escondida dos outros. E aqui não falo apenas dos aspectos sexuais do desejo, mas também do desejo de se expressar. A possibilidade de se expressar livremente torna-se um risco. Assim, a pessoa passa a adotar comportamentos típicos da norma de gênero – não porque se identifica com eles, mas para evitar ser detectada em seu “desvio”. Quando menos se espera, a pessoa percebe que viver dentro do armário já é o seu normal. Que o habita cotidianamente e que já tem nele algo certo em sua vida.
Do que é feito um armário?
É difícil dar conta de tudo que compõe um armário, todos serão feitos sob medida para o indivíduo e seu meio. No entanto alguns elementos são essenciais, a mentira a respeito de quem se é e o que se deseja é inegável. Talvez seja o que é mais elementar para que o armário possa exercer seu papel de esconderijo. Para ficar dentro do armário é necessário, para muitos, esconder seus interesses e gostos, opiniões, forma de falar, de andar, de gesticular. É necessário um amplo patrulhamento das formas de se expressar. Para alguns isso é mais fácil que para outros. Para uns é uma tarefa quase que impossível (a brincadeira maldosa a respeito desses últimos é que seu armário seria uma cristaleira – a pessoa pode estar escondida, mas todo mundo a vê, pois as portas são de vidro).
Para quem conhece a psicologia analítica, é fácil perceber que esses elementos que compõe o armário fazem parte de um complexo específico, a persona.
É interessante lembrar que a persona é o complexo que nos adapta ao mundo exterior e que não é constituída de aspectos de elementos individuais, mas sim de elementos da psique social que o indivíduo arranja de uma forma a se apresentar ao mundo. Para a maioria, esse arranjo da persona se dará seguindo facilmente os limites dados pelas normas sociais. Mas para pessoas LGBTQIA+ esse arranjo parece ser mais tenso.
Há um certo descompasso entre os elementos de persona disponíveis para cada gênero e aquilo que parece mais autêntico para o indivíduo. Um homem pode se ver forçado a abandonar certos gostos por serem femininos. Uma mulher se vê forçada a se comportar como uma princesinha para ser aceita. Uma pessoa trans vai performar seu gênero de nascimento, apesar de não se sentir de forma alguma identificada com ele. Uma pessoa assexual vai fingir desejo para não ser entendida como estranha.
Então podemos dizer que armário é feito, dentre outras coisas, de elementos da persona que, apesar de funcionais para sua função adaptativa em relação ao mundo exterior, encontram-se em profundo descompasso com a interioridade da pessoa.
E há consequências nesse descompasso: fechada dentro de um armário, desencontrada de si mesmo, a pessoa está na escuridão.
Talvez até aqui o texto possa ter passado a impressão de que a construção do armário é uma empreitada consciente do indivíduo, mas não é bem o caso. Há algo de consciente num armário, sem dúvida, mas há muita sombra também. Muito do que alguém esconde para estar no armário é escondido tão cedo na vida que é completamente esquecido. Certas atitudes escolhidas a dedo para mascarar um desejo se tornam tão habituais que se tornam automáticas e passa-se a acreditar que são espontâneas.
Negar-se quem se é se torna tão cotidiano que vai se esquecendo de si. A persona do armário vai cobrando seu preço. O preço que qualquer um paga por investir em demasia numa persona: a desconexão com seu próprio mundo interior. A escuridão do armário vai se tornando uma escuridão interna, da própria alma.
Viver no escuro do armário
Viver dentro do armário tem uma série de consequências, e talvez uma das mais importantes seja a dificuldade de lidar consigo próprio. Ter de fazer um constante esforço para manter uma persona drena uma quantidade de energia significativa da vida. E se interiorizar-se pode ser uma tarefa demasiado dolorosa. Com o desejo nas sombras, projeções de toda natureza estão livres para acontecer e as relações da pessoa podem ficar prejudicadas, especialmente as relações com outras pessoas LGBTQIA+.
O constante patrulhamento de si pode virar um patrulhar dos outros. Ou até mesmo alimentar uma paranoia que apenas tomará mais espaço da vida do indivíduo. Paixões proibidas podem virar obsessões venenosas, desejos ocultos podem virar parafilias. A constante negação de si pode virar ódio e se voltar contra si na forma de comportamentos autodestrutivos. O cenário desenhado aqui certamente parece sombrio, mas a verdade é que cada um viverá seu armário de maneira muito peculiar e cada um terá maior e menor dificuldade com cada aspecto dele, mas dificilmente alguém sai impune de viver lá.
Infelizmente nem todos poderão sair do armário, muitos terão de viver lá por algum tempo (ou até indefinidamente). Seja porque dependem de uma família que não aceita sua sexualidade, seja porque é perigoso fazê-lo, física ou psicologicamente. Seja porque seu ganha pão depende disso. Sair do armário é uma decisão que cada um deve tomar por si. Não há nem momento nem forma certa de fazê-lo, há apenas tempos e formas possíveis.
Do escuro do armário para a luz do dia
Sair do armário não é uma tarefa fácil, tampouco é uma tarefa única. Para a maioria, esse evento se dará muitas vezes, talvez se repetindo de novo e de novo ao longo da vida. Mas há um momento de saída, um que todos tem de passar se quiserem se pacificar com sua condição LGBTQIA+: sair do armário para si mesmo. Esse primeiro momento de admitir para si mesmo quem se é e o que se deseja é fundamental para dar sequência a qualquer outro movimento em relação a sua própria sexualidade e/ou gênero. É só a partir do que será experimentado após esse movimento interno que se pode avaliar a possibilidade e como se lançar de fora do armário para o mundo.
Muitos se perguntam: será necessário sair do armário? É necessário que os outros fiquem sabendo da sua intimidade?
E por um lado estão certos, ninguém precisa saber de detalhes da vida sexual dos outros ao se redor. Entretanto, ser LGBTQIA+ transcende o que acontece na intimidade do quarto. Para entendermos isso basta olhar para como vive um casal heterossexual: o casamento é uma cerimônia social e pública, todos esperam que um casal bem estabelecido viva junto, nas redes sociais postam fotos juntos e muitas vezes até fazem demonstrações públicas de afeto. Isso tudo faz parte de ser um casal, e se um casal LGBTQIA+ está no armário nada disso será possível.
Logo, assumir a própria sexualidade não é só uma questão de sexo. É uma questão que engloba todos os elementos da vida social que dizem respeito a uma vida a dois.
Para pessoas trans a questão é de outra natureza: numa sociedade que a ideia de identidade está intimamente ligada à ideia de gênero, viver dentro do armário é uma impossibilidade de se viver de maneira minimamente espontânea no mundo.
Há muitas outras nuances dessa questão que não é possível cobrir aqui, mas creio que os exemplos anteriores bastam para deixar claro que sair do armário é maior do que só revelar um desejo ao mundo, é revelar uma identidade.
Muitas coisas precisam ser consideradas quando se pensa em sair do armário.
A primeira provavelmente são as relações familiares: como meus pais vão reagir? Vou ser aceito? Posso sofrer alguma consequência dessa revelação? Essas são perguntas que frequentemente angustiam quem não se assumiu, e para muitos, o principal motivo de se manterem escondidos. A inclusão em seu meio social costuma ser outro motivo frequente de angústia. Especialmente quando se faz parte de algum grupo religioso que não é inclusivo com pessoas LGBTQIA+. O ambiente de trabalho também entra nessa contabilidade de motivos e, frequentemente, dentre pessoas em certas carreiras como militares, policiais ou entre pessoas que tem grande visibilidade pública (como artistas e políticos), muitos escolhem permanecer escondendo sua identidade.
Há também motivos com os quais simplesmente não se pode negociar, sendo o principal deles a violência.
Pessoas LGBTQIA+ são vítimas frequentes de crimes de ódio, ou seja, são vitimizadas simplesmente por serem quem são. É importante lembrar que em alguns países essa violência é perpetrada pelo próprio estado que criminaliza os LGBTQIA+. Em alguns deles chegando a condenar à morte quem sai do armário ou é descoberto vivendo os desejos às escondidas. Para essas pessoas sair do armário só será possível se saírem do local onde vivem, o que implica em outras questões também complexas.
Também é importante notar que muitas pessoas vivem parte de suas vidas dentro e parte fora do armário. Não é incomum que pessoas LGBTQIA+ mantenham vidas duplas, nunca assumindo sua condição para a família ou no trabalho, mas vivendo abertamente entre amigos e parceiros. Obviamente essa não é a melhor das situações, mas garante uma vida mais autêntica e saudável do que viver completamente no armário e é, por muitas vezes, a melhor saída possível.
Fora do armário
Sair do armário não soluciona a vida de ninguém, mas certamente torna muitas coisas mais simples e claras. Por outro lado, encontrar o mundo lá fora sem a proteção que o armário dava apresenta uma série de novos desafios. O primeiro será ter de lidar abertamente com as pequenas agressões do dia a dia, que por vezes ficarão mais intensas. Outro desafio é lidar com a vida familiar. Não é incomum pessoas LGBTQIA+ virarem o bode expiatório da família e muitas vezes haverá uma pressão (explícita ou não) de que a pessoa mude, “se torne normal”, ou volte para dentro do armário para garantir o bem e a respeitabilidade da família.
A comunidade LGBTQIA+ é outra fonte de angústia para muitos depois de se assumir.
Muitos nutrem uma fantasia de encontrar um grupo especial de pessoas que os irá acolher de uma maneira que nunca foram antes, mas a realidade é diferente. Ser um grupo minoritário não significa não ter uma série de problemas, inclusive reproduzindo muitas das violências sofridas fora do grupo dentro dele. Para muitos, se deparar com essa realidade bem menos aprazível que o que imaginou é um choque e por vezes só reforça um sentimento de solidão já presente na fase do armário.
Ao sair do armário, também é comum que a pessoa viva uma espécie de segunda adolescência, caso o faça já na vida adulta. É uma fase em que a pessoa tenta compensar a falta de uma série de experiências da juventude. Muitas vezes se envolvendo em situações que se espera de alguém muito mais jovem e com menos discernimento. No entanto, essa fase é importante para que a pessoa possa resgatar vivências que lhe foram interditadas anteriormente, só é necessário ter serenidade para fazê-lo evitando excessos.
Apesar desses desafios é fora do armário que existe uma possibilidade de uma vida mais completa.
Poder se expressar e se relacionar autenticamente liberta muito da energia gasta na manutenção da persona do armário para outras atividades e facilita o processo de interiorização. Já que muitos desejos e medos deixam de ser fantasias e podem ser vividos e encarados na realidade de maneira mais madura.
Se o indivíduo conseguir se voltar para seu inconsciente após sair do armário, poderá viver uma etapa mais avançada da saída do armário, a reconciliação com essa fase de sua vida. Poder revisitar o período que se sentiu impedido de se expressar e viver o que queria de maneira mais espontânea pode ser importante para permitir que a pessoa viva o momento presente menos atada às frustrações do passado. Facilitando, assim, o surgimento de novas atitudes na consciência, mais coerentes e funcionais com essa nova fase da vida.
Há muito mais que se poderia falar sobre esse tema, há muitos mais meandros e especificidades que poderiam ser explorados, vivências e temporalidades específicas que merecem tanta atenção quanto os exemplos que foram dados aqui.
Espero que esse texto consiga trazer à luz um tanto da vergonha que viver dentro do armário impõe sobre uma vida, porque é essa vergonha que precisa ser trabalhada. É ela o motivo de falarmos Orgulho LGBTQIA+, não é um orgulho de simplesmente se ser LGBTQIA+, é o orgulho que precisamos encontrar para exorcizar a vergonha que encontramos quando o armário tomou conta de nossas vidas.
Gabriel Andrade – Analista em formação IJEP
Waldemar Magaldi – Membro Didata IJEP
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