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Sem uma decisão/ação voluntária e consciente do ego, corremos o risco de passar por esta experiência do COVID-19, apenas como mais uma entre outras tantas. O chamado está sendo feito, de retorno para dentro, para um reencontro com a alma, para uma existência com mais sentido. No entanto esse caminho de volta, de introversão não é sem desafios, angústias e renúncias. Jung e sua experiência de silêncio e valorização das vozes internas, podem ser companheiros nesta jornada.

Nestes tempos de ultra conexão virtual, o “lastro” de uma pessoa pode ser mensurado pelos números de likes e acúmulos de seguidores nas redes sociais. Numa espécie de narcisismo marcado pela ansiedade, algumas pessoas são impulsionadas a uma ávida corrida rumo ao desejo de reconhecimento e apreço.
Este texto nos traz uma reflexão de que a comunicação puramente online pode nos segregar do mundo e de nós mesmos, pois a convivência entre os avatares da rede dificilmente permite intimidade entre as pessoas reais por trás dos teclados.
A urgência em acumular seguidores e likes fez com que as relações ficassem artificiais e instantâneas, deixando os vínculos e a intimidade fugazes e sem ressonância de alma.
Intimidade está entrelaçada ao sentimento, emoção, proximidade. Se não conseguimos manter um elo de intimidade conosco, como conseguiremos manter com o outro?

Uma das belezas que a Psicologia Analítica nos proporciona é mudança na forma de olhar, sentir e perceber a vida. Por trás de cada processo, dor e história existe uma infinidade de símbolos que permitem profundos aprendizados e que, quando ampliados, geram saltos de consciência.
Símbolos estes que conversam conosco a todo tempo, sejam na forma de sonhos, imagens, arte…
Este artigo é um convite para olhar a arte sob lentes junguianas, ou seja, como símbolos prenhes de imagens arquetípicas que nos afetam: como a arte nos revela, o que podemos descobrir sobre nós, as projeções inconscientes, sua universalidade e o que acontece com o artista ao produzir uma obra. Pois, como lindamente disse Ferreira Goullart, “a arte existe porque a vida não basta”.

Este artigo propõe um olhar sobre a árvore como símbolo do processo de desenvolvimento psicológico. Ao analisar brevemente a vida de uma árvore e seu processo de crescimento, sendo sempre um meio de troca entre céu e terra, observamos como ela pode ser um símbolo do processo de individuação, ou seja, a busca da realização. Para isso, precisamos além de crescer e buscar os céus, também nos enfiar nas profundezas da sombra e do inconsciente, o que nos dará sustentação para que o processo siga e possamos resistir à vida com resiliência e prontidão.