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Na visão junguiana, símbolo é a melhor representação possível de alguma coisa que jamais poderá ser conhecida plenamente. No entanto, isso não significa que não possamos estudar um símbolo, buscar entender como ele se relaciona com o mundo ao nosso redor e com nós mesmos, mesmo sabendo que nossa tarefa nunca será completa. Nesse ensaio busco exatamente isso, costurar fatos e visões sobre um símbolo, o armário, mas não qualquer armário, o armário LGBTQIA+, aquele que fala de uma certa vergonha e de um certo orgulho. Não espero aqui esgotar o que pode ser dito sobre o tema, nem contemplar todas as possibilidades e vivências possíveis nesse universo. Mas espero ampliar a visão sobre um símbolo que dá conta de uma vivência muito particular das minorias de gênero e sexualidade.

Este artigo traz o Mito de Cassandra como tema arquétipo para abordar as questões do feminino atual, como o descrédito e a invisibilidade da mulher. Aborda também o mito atualizado e seus efeitos na ciência, bem como é urgente ouvirmos e acreditarmos em Cassandra, cujos prenúncios catastróficos podem ser uma saída para amadurecermos enquanto sociedade. E por fim, fica a questão: será que Cassandra ainda caminha entre nós?

A partir da percepção de que aos conceitos da psicologia junguiana vem sofrendo uma popularização que traz aspectos positivos, mas que também projeta uma sombra que pode ser maior do que imaginamos, o presente artigo propõe uma reflexão sobre a consciência metafórica da albedo. Em oposição ao monoteísmo da consciência que unilateraliza e literaliza tudo, inclusive os conceitos da psicologia de profundidade, faz-se necessário refletir sobre esse fenômeno com o objetivo de desenvolvimento de uma consciência lunar, paradoxal e metafórica que abarque tanto os elementos de Logos quanto de Eros.

Buscamos com este artigo refletir sobre a compreensão do feminino e no quanto as mulheres e anima que habita os homens estão amadas, o quanto seus corpos e suas características coletivas e individuais estão (des)conhecidas pelo ser em que habitam. Vamos ainda fazer um passeio nas reflexões que buscam elucidar qual seria o possível caminho de volta, para a nossa essência feminina.

No mundo desalmado em que vivemos, como podemos dar tempo e espaço ao universo sutil? E como realizar isso? A psicologia analítica junguiana pode ser uma ajuda valiosa. Grande parte do trabalho analítico visa estabelecer uma conexão entre o mundo externo e o interno, enriquecendo a aridez do cotidiano com as imagens ricas da alma. A ponte entre esses dois universos é construída por meio do que Freud chamou desde o início de ‘via régia’: os sonhos. Além disso, é construída pelo método posteriormente desenvolvido por Jung, envolvendo estímulo através da imaginação ativa e expressões criativas. Neste campo fértil, a interface com a mitologia é preciosa. Afinal, como Joseph Campbell afirmava, o sonho é para o indivíduo o que o mito representa para a coletividade.

No meu texto, exploro a capacidade compensatória da psique diante da morte, especialmente na abordagem terapêutica junguiana. Destaco a relevância da terapia nesses momentos críticos, revelando o caminho compensatório do inconsciente. Compartilho um caso clínico ao analisar uma sequencia de seus sonhos, percebo a busca do inconsciente por significados e a representação simbólica da morte. Destaco a necessidade de paciência na prática junguiana, respeitando os processos individuais. O último sonho revela um momento de aceitação e continuidade da vida após a perda, destacando a função compensatória e pedagógica dos sonhos. Concluo ressaltando a importância dessas experiências na reflexão dos caminhos futuros.

O artigo explora a transformação masculina através da anima, com base no Mito de Percival e nas teorias de Jung e Johnson. Destaca-se a importância da anima como uma força primitiva que desafia abstrações, enfatizando sua natureza complexa. A dualidade, confronto com obstáculos externos, e a necessidade de cura interna são abordados, assim como o papel do mito na busca pela totalidade. A influência duradoura da figura materna é analisada através do mito do dragão. Em conclusão, destaca-se o processo de integração como essencial para a realização pessoal. O artigo oferece uma exploração profunda da jornada do homem em busca de autenticidade através da transformação da anima.

Pégaso, o cavalo alado, ou Crisaor, o gerador de monstros? Como colocar compreensivamente um “e” onde nossa cultura prefere um “ou”, que ordinariamente nos atola no pântano do dualismo e nos transforma em vítimas de unilateralidades perversas? O símbolo (syn+ballein) une, em vez de separar.