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Poucas são as menções que Jung faz diretamente em sua obra sobre música, contudo, o pouco legado deixado por ele de maneira objetiva abre um espaço subjetivo e profícuo para tecermos algumas reflexões importantes, e também nos leva à pergunta: e se pudéssemos “brincar” mais com os sentidos, fazendo atividades olfativas, táteis, gustativas e/ou auditivas, sensibilizando outros campos imagéticos? Este artigo intenciona apresentar um breve ensaio teórico de como fazer isso a partir da música.

Vale também para a escrita, eu imagino, o que se pode dizer de toda criação humana: há escrita com e sem alma. A boa escrita aciona uma conversa animada da consciência com o inconsciente, da ilha com o oceano. Criativa e compreensiva em seus propósitos e em suas estratégias, a boa escrita se deixa afagar pela arte. Institui um cosmos possível de sentidos em um lugar da vida onde, sem a alquimia do “laboratorium”, o que resta é o caos – como convite, como desafio. Mais do território da poética que da técnica, a escrita pode ser terapêutica. Arteterapêutica!

Este texto explora os desafios enfrentados na maturidade feminina e a importância de abrir-se para novas possibilidades no entardecer da vida, conectando-se com o que ressoa em sua alma. Essa jornada envolve reconhecer demandas externas que já não têm relevância nesta fase da vida e as grandes descobertas podem ser fascinantes.

Os símbolos presentes nos diálogos com os conteúdos inconscientes, aqui estudados na figura do pequeno Jung diante do grande Izdubar, oferecem algumas chaves de compreensão para as diversas maneiras como mulheres e homens contemporâneos trabalham o encontro com a própria alma, o encontro com o sagrado.

A partir da percepção de que aos conceitos da psicologia junguiana vem sofrendo uma popularização que traz aspectos positivos, mas que também projeta uma sombra que pode ser maior do que imaginamos, o presente artigo propõe uma reflexão sobre a consciência metafórica da albedo. Em oposição ao monoteísmo da consciência que unilateraliza e literaliza tudo, inclusive os conceitos da psicologia de profundidade, faz-se necessário refletir sobre esse fenômeno com o objetivo de desenvolvimento de uma consciência lunar, paradoxal e metafórica que abarque tanto os elementos de Logos quanto de Eros.

Buscamos com este artigo refletir sobre a compreensão do feminino e no quanto as mulheres e anima que habita os homens estão amadas, o quanto seus corpos e suas características coletivas e individuais estão (des)conhecidas pelo ser em que habitam. Vamos ainda fazer um passeio nas reflexões que buscam elucidar qual seria o possível caminho de volta, para a nossa essência feminina.

O presente artigo amplia o estudo do conto João de Ferro a partir de reflexões pessoais para um aspecto coletivo, que é a sombra do controle que pode capturar as mulheres na vivência da maternagem e o confronto com ela quando o filho se torna adolescente. Reconhecer que a sombra do controle pode represar e limitar a vida e que seu reconhecimento pode trazer mais leveza e favorecer ao encontro do Si-mesmo é o meu convite nessa leitura.

No mundo desalmado em que vivemos, como podemos dar tempo e espaço ao universo sutil? E como realizar isso? A psicologia analítica junguiana pode ser uma ajuda valiosa. Grande parte do trabalho analítico visa estabelecer uma conexão entre o mundo externo e o interno, enriquecendo a aridez do cotidiano com as imagens ricas da alma. A ponte entre esses dois universos é construída por meio do que Freud chamou desde o início de ‘via régia’: os sonhos. Além disso, é construída pelo método posteriormente desenvolvido por Jung, envolvendo estímulo através da imaginação ativa e expressões criativas. Neste campo fértil, a interface com a mitologia é preciosa. Afinal, como Joseph Campbell afirmava, o sonho é para o indivíduo o que o mito representa para a coletividade.