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Na visão junguiana, símbolo é a melhor representação possível de alguma coisa que jamais poderá ser conhecida plenamente. No entanto, isso não significa que não possamos estudar um símbolo, buscar entender como ele se relaciona com o mundo ao nosso redor e com nós mesmos, mesmo sabendo que nossa tarefa nunca será completa. Nesse ensaio busco exatamente isso, costurar fatos e visões sobre um símbolo, o armário, mas não qualquer armário, o armário LGBTQIA+, aquele que fala de uma certa vergonha e de um certo orgulho. Não espero aqui esgotar o que pode ser dito sobre o tema, nem contemplar todas as possibilidades e vivências possíveis nesse universo. Mas espero ampliar a visão sobre um símbolo que dá conta de uma vivência muito particular das minorias de gênero e sexualidade.

O presente artigo tem por objetivo discorrer sobre a importância da integração família, escola e terapeuta na psicoterapia com crianças e adolescentes, afinal é através dos pais que as crianças adentram aos consultórios. Almeja-se discutir a presença e escuta ativa desta família, assim como a interação e observações relatadas por educadores que, às vezes, passam a maioria do tempo com essa criança. E por fim, o analista, que absorve todas as informações trazidas pelo meio, interagindo com a crianças e elaborando suas ações para desvelar os complexos familiares que assombram esse sistema e sustentar o processo analítico. Através de experiências empíricas, integrando esse tripé: família, escola e analista, busca-se aspectos relevantes conscientes ou inconscientes, que possam promover o desenvolvimento psicosocioemocional dessa criança. Promovendo um ambiente favorável e facilitador para que esse indivíduo renasça numa outra perspectiva que, apesar das sombras familiares estarem presentes, possam trilhar seu caminho aliviando suas amarras.

Este artigo traz o Mito de Cassandra como tema arquétipo para abordar as questões do feminino atual, como o descrédito e a invisibilidade da mulher. Aborda também o mito atualizado e seus efeitos na ciência, bem como é urgente ouvirmos e acreditarmos em Cassandra, cujos prenúncios catastróficos podem ser uma saída para amadurecermos enquanto sociedade. E por fim, fica a questão: será que Cassandra ainda caminha entre nós?

Poucas são as menções que Jung faz diretamente em sua obra sobre música, contudo, o pouco legado deixado por ele de maneira objetiva abre um espaço subjetivo e profícuo para tecermos algumas reflexões importantes, e também nos leva à pergunta: e se pudéssemos “brincar” mais com os sentidos, fazendo atividades olfativas, táteis, gustativas e/ou auditivas, sensibilizando outros campos imagéticos? Este artigo intenciona apresentar um breve ensaio teórico de como fazer isso a partir da música.

Vale também para a escrita, eu imagino, o que se pode dizer de toda criação humana: há escrita com e sem alma. A boa escrita aciona uma conversa animada da consciência com o inconsciente, da ilha com o oceano. Criativa e compreensiva em seus propósitos e em suas estratégias, a boa escrita se deixa afagar pela arte. Institui um cosmos possível de sentidos em um lugar da vida onde, sem a alquimia do “laboratorium”, o que resta é o caos – como convite, como desafio. Mais do território da poética que da técnica, a escrita pode ser terapêutica. Arteterapêutica!

Este texto explora os desafios enfrentados na maturidade feminina e a importância de abrir-se para novas possibilidades no entardecer da vida, conectando-se com o que ressoa em sua alma. Essa jornada envolve reconhecer demandas externas que já não têm relevância nesta fase da vida e as grandes descobertas podem ser fascinantes.

Os símbolos presentes nos diálogos com os conteúdos inconscientes, aqui estudados na figura do pequeno Jung diante do grande Izdubar, oferecem algumas chaves de compreensão para as diversas maneiras como mulheres e homens contemporâneos trabalham o encontro com a própria alma, o encontro com o sagrado.

A partir da percepção de que aos conceitos da psicologia junguiana vem sofrendo uma popularização que traz aspectos positivos, mas que também projeta uma sombra que pode ser maior do que imaginamos, o presente artigo propõe uma reflexão sobre a consciência metafórica da albedo. Em oposição ao monoteísmo da consciência que unilateraliza e literaliza tudo, inclusive os conceitos da psicologia de profundidade, faz-se necessário refletir sobre esse fenômeno com o objetivo de desenvolvimento de uma consciência lunar, paradoxal e metafórica que abarque tanto os elementos de Logos quanto de Eros.